ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Meio Ambiente

Prefeitura pode criar taxa na conta de água para preservar córregos

Liana Feitosa | 13/03/2015 13:07
Região da Bacia do Guariroba é alvo de discussão sobre cobrança de taxa de preservação. (Foto: Arquivo / MPE)
Região da Bacia do Guariroba é alvo de discussão sobre cobrança de taxa de preservação. (Foto: Arquivo / MPE)

A prefeitura está analisando maneiras de levantar recursos, cobrando da população, para serem aplicados na preservação de mananciais que abastecem Campo Grande. Uma das alternativas está a implantação de taxa de R$ 0,10 a R$ 0,50 por ano para cada imóvel da Capital. O objetivo é aumentar o recolhimento de recursos para ações de recuperação e cuidado, principalmente da Bacia do Guariroba.

O tema foi pauta de reunião no último dia 27, durante encontro sobre o programa Manancial Vivo. A bacia é, atualmente, responsável por cerca de 40% da água consumida em Campo Grande. Na reunião, ocorrida na sede do Plaburb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), o diretor-presidente do instituto, Marcos Cristaldo, afirmou que estão sendo analisadas várias formas de cobranças.

Discussões - O vereador Eduardo Romero (PTdoB), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, acompanhou a reunião e se diz a favor de ações que visam a recuperação dos mananciais. No entanto, para ele, antes que essas decisões sejam tomadas é preciso discutir amplamente suas implicações com a sociedade.

"A taxação foi apresentada como proposta do Planurb durante a reunião, é só uma ideia, ainda não chegou em forma de projeto na Câmara. Entretanto, quando isso acontecer, precisamos e vamos discutir com a sociedade. Defendo iniciativas que buscam recursos para a preservação, mas não defendo que a única forma de manter o programa é cobrar do consumidor final", defende Romero.

Concessionária - Para o presidente da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Antonio Castelani Neto, é necessário também tratar o assunto junto à concessionária de abastecimento de água da Capital, a Águas Guariroba. "Dessa forma, seria buscado equilíbrio desses recursos para que o consumidor final não seja penalizado", pontuou, segundo a ata do encontro.

Segundo Cristaldo, estudos sobre as novas cobranças serão encaminhados ao CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanização) e ao CMMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente).

Para o coordenador do Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/MS, Haroldo Martins Borralho, a cobrança de taxa na conta de água depõe contra a economia popular.

Haja bolso - "Como se já não bastasse a quantidade de aumentos nos imposto, a prefeitura de Campo Grande, por meio da Semadur, Planurb, Conselhos de Meio Ambiente e CMDU, junto com alguns vereadores, fazendeiros da bacia do Córrego Guariroba e a ANA (Agência Nacional de Águas), tentam emplacar taxa de R$ 0,50 em cada conta de água no consumidor desprotegido que pode ser pego de surpresa com a cobrança", desabafa.

"Se esse aumento é só para beneficiar os fazendeiros da Bacia do Córrego Guariroba, como ficam as outras bacias? Já que existem as bacias do Lageado e Ceroula, vão cobrar para elas também?", questiona o ambientalista.

Para Romero, existem outros caminhos, também eficazes, para que as bacias que abastecem a cidade recebam cuidados necessários. "Emendas podem ser criadas e captar recursos, repasses do ICMS ecológico também podem ser destinados e até mesmo os TACs (Termos de Ajustamento de Conduta), cujas multas podem ser aplicadas em projetos de preservação", sugere o vereador.

Nota do município - Segundo a prefeitura da Capital, a proposta de taxação é preliminar e está sendo formatada pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Agereg e Planurb. "Quando estiver concluída, vai ser submetida ao CMDU e discutida, previamente, com a Câmara Municipal", disse em nota.

O Campo Grande News tentou contato com o titular da Semadur, Heitor Pereira, para saber como estão as negociações acerca da cobrança de taxa de preservação. No entanto, o secretário não pode falar, pois estava cumprindo agenda na prefeitura.

Para saber como andam as discussões sobre o tema também foi procurado o presidente do Planurb, Marcos Cristaldo, mas ele não atendeu as ligações.

Nos siga no Google Notícias