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Meio Ambiente

Viu um ninho de arara coberto? Não se assuste pois é proteção

Caso inédito de um morador do bairro Vila Sobrinho chamou a atenção. Instituto Arara Azul acompanhou procedimento

Izabela Sanchez | 10/12/2018 11:54
Tronco da palmeira, ninho protegido pelo morador da Vila Sobrinho (Foto: Direto das Ruas)
Tronco da palmeira, ninho protegido pelo morador da Vila Sobrinho (Foto: Direto das Ruas)

O caso de um morador do bairro Vila Sobrinho, em Campo Grande, que cobriu com lona a superfície do tronco de palmeira, ninho das araras, chamou a atenção e até confundiu os vizinhos. A ação, ao contrário de uma "afronta" aos pássaros típicos no céu da cidade, é uma forma de proteger o local e garantir a reprodução. Projeto piloto conduzido pelo morador, o trabalho é acompanhado pelo Instituto Arara Azul.

Uma vizinha confundiu a situação, ao ver a lona, e afirmou ao Campo Grande News que a intenção era impedir que os pássaros utilizassem o tronco como ninho. A confusão, no entanto, preocupou o vizinho. Isso porque ele cuida, há anos, da estrutura, com objetivo de promover um habitat saudável às araras. A convivência com os pássaros, relatou ele, já é parte da rotina.

Além de colocar a lona, ele dedetizou a superfície, que estava infestada com percevejos e poderia prejudicar o local onde, entre os meses de julho a dezembro, as araras se reproduzem. Presidente do Instituto Arara Azul, Neiva Maria Robaldo Guedes explicou que a iniciativa do morador foi elogiada e se tornou um “projeto piloto”.

Do ninho em questão, contou, três filhotes voaram em novembro, situação considerada “bem sucedida” pelo instituto, um indício dos cuidados do morador.

Os três filhotes que levantaram voo, pela primeira vez, em novembro e deixaram o ninho de uma palmeira na casa do morador (Foto: Direto das Ruas)
Os três filhotes que levantaram voo, pela primeira vez, em novembro e deixaram o ninho de uma palmeira na casa do morador (Foto: Direto das Ruas)

“O ninho desse proprietário é monitorado e voaram três filhotes, em novembro. Conseguiram sobreviver os três. Quando o último foi voar, o proprietário viu que estava infestado por percevejos, algumas palmeiras tem tido esse problema. Ele consultou a gente para ver se poderia fazer uma dedetização. Como o ninho estava vazio fizemos isso com uma experiência piloto”, conta.

O voo dos filhotes – A presidente também aponta outra situação que deve ser observada, explica, com cuidado. O voo dos filhotes, conta, tem sido marcado por diversas interferências da população, que tenta auxiliar os pássaros, mas acaba prejudicando a minha tentativa de voo dos filhotes. A recomendação, comenta, é deixar que os “pais” das ararinhas cuidem desse voo.

“O grande período de voo dos filhotes é novembro e dezembro. É igual a uma criança aprendendo a andar, as vezes demoram um pouco mais para criar coragem. A maior recomendação é deixar que os pais das araras cuidem. A gente só entra em ação quando está em risco. Isso aconteceu muito esse ano, muita gente ligando”, comentou.

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