Mais que amor à primeira vista, adoção de pet exige "match" perfeito
Antes da adotar é preciso avaliar como é o comportamento do cão ou gato e o que o dono busca
Será que existe um tipo de cachorro ou gato ideal para você? Escolher um animal de estimação vai muito além de se encantar por uma foto nas redes sociais ou morrer de amores com a carinha deles em uma feira de adoção. É uma decisão que envolve estilo de vida, espaço disponível, tempo para dedicação e disposição para assumir responsabilidades. Ou seja, a adoção de um pet exige "match" perfeito entre dono e o amiguinho de quatro patas.
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Foi só depois de precisar entregar um cachorro que ela tinha adotado para outra pessoa que Marianna Coelho entendeu isso. É preciso refletir sobre todos os poréns antes de embarcar nessa jornada. O cachorro não se adaptou a ela, muito menos Marianna a ele.
"Ela destruía tudo, eu achei que seria um cachorro pequeno e ela virou enorme, tipo um pitbull. Ela comia bicicleta, comia concreto da garagem, então ainda bem que eu consegui uma pessoa boa para adotar, que se deu super bem. A adoção é uma caixinha de surpresas. Mas nem por isso a gente pode deixar de adotar, muito pelo contrário, é uma jornada linda".

Apesar disso, é possível minimizar os impactos para ambos os lados. A adoção do Fiapo é um exemplo disso. Marianna já tinha o desejo de ter outro cachorro, mas, dessa vez, sabia o que queria: um animal adulto, mais calmo, que exigisse menos energia. Ao ver a foto dele em um perfil de uma ONG, reconheceu semelhanças com um cão que acabou não ficando com ela no processo de separação.
"Eu falo que qualquer cachorro, para mim, é minha cara porque eu sou muito cachorreira. Mas eu acho que tem que dar uma pesquisada antes, a não ser que seja vira-lata. Tem que saber como é a personalidade, como ele vai crescer. Querendo ou não, cada cachorro tem a sua característica, né? Você sabe que alguns são mais hiperativos, outros são mais tranquilos, mais companheiros, mais antissociais, então já dá para a gente ter essa prévia".
Para Tereza Bandeira, da ONG Animal Pedacinho do Céu, a escolha do pet ideal começa pelo perfil do futuro tutor.
"Se a pessoa é mais tranquila e gosta de ficar em casa, indico um gato. Se é agitada e gosta de passear, provavelmente vai se dar melhor com um cachorro", explica.
Depois, o espaço físico entra no jogo. Em apartamentos, um gato ou cachorro pequeno se adaptam melhor, desde que haja telas de proteção nas janelas. Casas com quintal permitem a adoção de cães que precisam correr e gastar energia. Animais adultos são indicados para quem tem menos tempo disponível ou prefere evitar a fase agitada dos filhotes, explica a protetora.

"A partir daí, eu consigo definir se essa pessoa precisa de um gato ou de um cachorro. Porque o cachorro quer muita atenção, gosta de passear, gosta de estar com o dono, é grudado no dono, enquanto o gato já não é tanto assim, na maioria."
Outro ponto que Tereza considera primordial é a responsabilidade financeira. Embora existam programas públicos de vacinação, vermifugação e castração, manter um animal exige gastos com alimentação, cuidados veterinários e higiene.
“A pessoa fala: 'Mas é tudo muito caro', e eu digo que, a partir do momento em que a pessoa ama o animal, ela tem como cuidar. Não é tão caro assim. Porém, deve levar em consideração que vai ter uma despesa a mais. Ela deve se perguntar: 'Eu tenho como fazer isso?'"
A castração, segundo ela, é obrigatória para quem adota, não só para evitar crias indesejadas, mas também para reduzir a população de animais nas ruas.
“Conheço muitas pessoas humildes que ganham um salário mínimo, que vivem de forma muito simples e têm um animalzinho que cuidam melhor do que muita gente que tem um padrão de vida muito maior. Tem que pensar nessas coisas."
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