Após quebra de sigilo, deputados cobram investigação em outros poderes
Diante da quebra de sigilo financeiro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, determinada pela Justiça estadual, deputados cobram mesmo tratamento aos outros poderes denunciados por irregularidades no uso de verbas públicas.
Na sessão de hoje, os parlamentares defenderam que Ministério Público Estadual, por exemplo, também citado pelo ex-deputado Ary Rigo em esquema de divisão ilegal de recursos, tenha as informações contábeis divulgadas.
O deputado Junior Mocchi (PMDB) considera injusta a “perseguição” à Assembleia e lembra que o Ministério Público, que pediu quebra do sigilo mesmo após Justiça já ter determinado a abertura das contas, deveria ser alvo do mesmo procedimento. “Estão desviando o foco para a Assembleia”, ataca.
Apesar disso, ele diz que é favorável a transparência, desde que respeite o que manda a lei.
A mesma opinião tem o deputado Marquinhos Trad, também do PMDB. “Deveriam abrir as contas de todos os poderes”, comenta. Ele avalia que a casa já foi “condenada pela mídia” e, mesmo que nada de irregular seja encontrado, “vão arrumar um jeito de culpar a Assembleia”.
A Justiça Estadual quebrou o sigilo das contas financeiras da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul no dia 15 e a decisão foi publicada em 20 de abril, em favor do militar aposentado, José Magalhães Filho da Ong Brasil Verdade.
De acordo com a medida cautelar determinada pelo juiz Amaury da Silva Kuklinski da Vara de Direitos Difusos, Coletivos Homogêneos em favor da Ong contra Assembleia, a quebra de sigilo da casa legislativa servirá para sanar as dúvidas que pairam sobre as ações dos deputados estaduais e restaurar a confiança da população no Poder Legislativo. Ontem, o MPE também ingressou com o mesmo pedido.
