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Política

Arcebispo pede desculpas após dizer que comissão era de "cartas marcadas"

Nyelder Rodrigues | 13/04/2016 20:48
Dom Roque Paloschi veio de Rondônio, onde é arcebispo, para falar à CPI nesta quarta-feira (Foto: divulgação)
Dom Roque Paloschi veio de Rondônio, onde é arcebispo, para falar à CPI nesta quarta-feira (Foto: divulgação)

Após afirmar durante um ato ecumênico em Campo Grande que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) tinha "cartas marcadas" e era uma "comissão de despistamento dos fatos", o presidente da instituição, Dom Roque Paloschi, pediu desculpas pelas palavras, consideras ofensivas pelos integrantes da comissão.

Dom Roque, que é arcebispo em Rondônia, prestou depoimento nesta tarde de quarta-feira (13) à CPI, formada por deputados estaduais de Mato Grosso do Sul. As declarações ocorreram em outubro de 2015, e hoje ele recebeu solicitação da Assembleia Legislativa para realizar pedido oficial de desculpas. Ao final da sessão, o arcebispo comentou a situação.

"Espero que a CPI colabore, na verdade, para pacificação e resolução da demarcação de terras. Peço perdão porque não tive objetivo de ofender ninguém", falou o religioso, completando que ainda não viu claramente qual a missão da CPI. "Não podemos admitir acusações de que atuamos de forma irresponsável", respondeu um dos membros da CPI, o deputado Paulo Correa (PR).

O deputado também apontou iniciativas que os deputados estaduais tomaram para também colaborar com o processo de demarcação de terras no Estado, buscando viabilizar soluções para os conflitos. "Temos uma lei, de autoria do então deputado Laerte Tetila (PT), que criou em nosso Estado um fundo que permite a compra de terras dos produtores para ampliar as áreas indígenas", destaca.

Durante o depoimento, os deputados também questionaram os dados conflituosos de assassinatos de indígenas apresentados pelo Cimi. O total de assassinatos, de 2008 a 2014, segundo o Cimi, chega a 252 casos, que teriam sido motivados em sua maioria, entre outros fatores, pelos conflitos de terras.

A deputada Mara Caseiro, presidente da CPI, contestou a informação e apontou que, pelos dados oficiais, os casos chegam a 208 e que 85% dos assassinatos ocorreram dentro da aldeia, resultado de brigas entre os próprios indígenas, uso de drogas e álcool.

Nesse último caso citado, o número de casos chega a 86 casos. Mara apontou ainda que dos 208 casos, 147 tem autoria comprovada ligada à indígenas. Paloschi não soube responder quanto ao conflito de dados, mas mostrou-se preocupado com os dados oficiais do Governo do Estado.

A CPI do Cimi é composta pela presidente, deputada Mara Caseiro (PSDB), o vice-presidente, deputado Marquinhos Trad (PSD), o relator, deputado Paulo Corrêa (PR), além de Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT).

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