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Política

Assembleia afirma que desconhecia passado de policial executado

Direção da casa de leis afirma que nomeou Ilson Martins Figueiredo por sua experiência na área de segurança

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 12/06/2018 11:53
Na mesa diretora da Assembleia, Zé Teixeira (DEM) conversa com o deputado Barbosinha (DEM). (Foto: Luciana Nassar/ALMS).
Na mesa diretora da Assembleia, Zé Teixeira (DEM) conversa com o deputado Barbosinha (DEM). (Foto: Luciana Nassar/ALMS).
Presidente da Assembleia, Junior Mochi, lê documento na mesa diretora. (Foto: Luciana Nassar/ALMS).
Presidente da Assembleia, Junior Mochi, lê documento na mesa diretora. (Foto: Luciana Nassar/ALMS).

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul afirma que desconhecia o passado do policial executado, Ilson Martins Figueiredo, e que o contratou pela sua experiência na área de segurança. Ele era gerente de Segurança e Polícia Legislativa da casa de leis e foi morto com 45 tiros de AK 47 e carabina 556 por pistoleiros que estavam em dois veículos, na manhã de segunda-feira (dia 11).

Segundo o 1º secretário da casa de leis, deputado Zé Teixeira (DEM), quem indicou o PM, não houve investigação sobre antedecentes criminais. Figueiredo chegou a ser preso em 1982 por suposto envolvimento em dois assaltos e assassinatos em Campo Grande. Além disso, há exatamente 10 anos, ele foi preso no Paraguai por envolvimento com o pistoleiro Aparecido Roberto Nogueira, conhecido como Betão, assassinado em 2016. 

"Não fiz nenhuma pesquisa ou investigação. Eu conhecia ele desde 1989 e a nomeação foi feita por mim na 1ª secretaria e eu escolhi ele pela experiência policial".

O deputado disse que o policial "sempre tratou todo mundo bem e fez muito bem feito o seu trabalho". "Era alguém com 40 anos de experiência na polícia e eu desconhecia qualquer prisão ou algo que desabonasse sua trajetória. Na época em que o conheci, ele trabalhava no Departamento de Fronteira, em Dourados. Não fiz nenhuma investigação, mas tenho certeza que ele nunca foi condenado".

"Toda averiguação é importante", afirmou o 2º secretário da Assembleia, deputado Amarildo Cruz (PT). Apesar disso, o parlamentar admite que a casa desconhecia o histórico do policial morto. "Pelo que acompanhei pela imprensa não havia nenhuma condenação contra ele e sim situações que ele foi preso. Quem responde processo não pode ser considerado culpado. Só quando for condenado".

No mesmo sentido, o presidente da Assembleia, deputado Junior Mochi (MDB), afirmou desconhecer o passado do PM, reforçando que, na época de sua nomeação, "não havia nenhum servidor com tanta experiência em serviço de policial como ele".

Mochi pediu celeridade ao governo na investigação aberta sobre o crime e afirmou que a casa de leis está disponível para repassar informações a respeito do trabalho desempenhado no Legislativo estadual.

Caso- Ilson nunca foi acusado formalmente, julgado e condenado pelos crimes, mas chegou a ter a expulsão anunciada pelo comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), à época o coronel José Maria de Paula Pardo.

O PM ingressou com a ação contra o Estado em 2017 pedindo reparação por danos morais de R$ 190 mil porque em 2015, a informação de que o PM havia sido preso por latrocínio foi incluída no sistema Sigo – de registros policiais – fazendo com que a situação de 36 anos atrás, já esclarecida, voltasse a causar constrangimento.

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