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Política

Câmara entrega nesta 6ª informações de vereadores que cassaram Bernal

Paulo Yafusso | 24/09/2015 17:01
Vereadores reunidos no dia da Operação Coffee Break. Além deles, outros que participação da sessão que cassou Bernal terão contas bancárias devassadas (Foto: Fernando Antunes)
Vereadores reunidos no dia da Operação Coffee Break. Além deles, outros que participação da sessão que cassou Bernal terão contas bancárias devassadas (Foto: Fernando Antunes)

A Câmara Municipal de Campo Grande deve entregar nesta sexta-feira (25) a planilha com todos os pagamentos feitos aos 29 vereadores que estavam exercendo mandato no período em que o prefeito Alcides Bernal (PP) foi cassado. O documento deve conter todos os valores creditados nas contas bancárias, não só o salário, no período de junho de 2013 a dezembro de 2014.

No ofício encaminhado à Mesa Diretora da Câmara, o Gaeco solicita as informações de todos os 29 vereadores que participaram da sessão em que Bernal foi cassado, mas também dos que exerceram mandatos naquele período e que agora estão em outras funções. É o caso de Zeca do PT, eleito deputado federal, Rose Modesto (PSDB), eleita vice-governadora, Graziele Machado (PR), que agora é deputada estadual, Paulo Pedra (PDT), nomeado secretário Municipal de Governo, e Juliana Zorzo. Nessa situação se enquadra também Alceu Bueno (sem partido), que renunciou ao mandato depois de ser denunciado por envolvimento em esquema de exploração sexual de adolescente.

O objetivo do Gaeco é confrontar os dados fornecidos pelo Legislativo Municipal com os dados bancários que devem ser obtidos com a quebra do sigilo bancário a ser solicitado, para que possa ser verificado se houve negociação envolvendo dinheiro no esquema de cassação do prefeito Alcides Bernal. Nas escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal na Operação Lama Asfáltica, alguns alvos falam em negociação de cargos na administração de Gilmar Olarte (PP), como parte do acerto para tirar Bernal da Prefeitura.

Numa das escutas, por exemplo, os empresários Fábio Portela Machinsky e João Baird, da Itel Informática, fazem as contas de que já contariam com 22 vereadores para votar pela cassação de Bernal e ainda poderia conquistar mais um vereador. Fabão comenta que o “japonês”, que seria o vereador Edson Shimabukuro (PTB), havia reivindicado 60 cargos na Agetran (Agência Municipal de Trânsito), mas Olarte havia nomeado apenas 3. Bernal foi cassado por 23 votos a 6.

Em depoimento ao Gaeco no dia 25 de agosto, quando da realização da Operação Coffee Break, o então presidente da Câmara Municipal, Mário César (PMDB), afirmou que antes da apresentação da conclusão da Comissão Processante foram feitas várias reuniões entre os vereadores da situação, para tratar de eventual cassação de Bernal.

A Operação Coffee Break resultou no afastamento de Mário César da presidência da Câmara Municipal e de Gilmar Olarte da Prefeitura. No mesmo dia a justiça reconduziu Alcides Bernal ao cargo. A Operação Coffee Break foi deflagrado para investigar esquema para cassar Alcides Bernal.
As escutas telefônicas que fundamentam a investigação, fazem parte do material colhido durante a Operação Lama Asfáltica, que apura desvio de dinheiro do Governo Federal na execução de obras no Estado. Esse desvio era feito mediante fraudes em licitações e corrupção de servidores estaduais.

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