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Política

Cidade é embelezada às vésperas da eleição e população desconfia

Ricardo Campos Jr. | 22/09/2016 16:55
No Jardim Noroeste, sacos com lixo retirado das ruas foram cuidadosamente arrumados nas calçadas após varrição inédita (Foto: Alcides Neto)
No Jardim Noroeste, sacos com lixo retirado das ruas foram cuidadosamente arrumados nas calçadas após varrição inédita (Foto: Alcides Neto)
Cely diz que cansou de limpar por conta própria as vias e sabe que serviço tem relação com período político (Foto: Alcides Neto)
Cely diz que cansou de limpar por conta própria as vias e sabe que serviço tem relação com período político (Foto: Alcides Neto)

Pequenos reparos, pinturas de meio-fio e varrição de ruas aparecem onde menos se esperam faltando duas semanas para as eleições. A população acredita que se trate de uma estratégia para aumentar os números nas urnas, embora para alguns, o importante é ver as benfeitorias realizadas, não importa se com terceiras intenções.

Na Rua Piraputanga, no Jardim Noroeste, sacos com o mato cortado pelas equipes do município foram cuidadosamente arrumados nas calçadas a espera dos caminhões.

A dona de casa Cely Vasques da Silva, 46 anos, garante que desde a pavimentação da via, nunca havia sido realizado esse tipo de serviço, embora a vizinhança não se canse de cobrá-lo do poder público.

“Esse Noroeste é esquecido. Eu mesmo tenho que ficar limpando e catando a sujeira nas ruas. Eles deveriam dar mais apoio para nós fora da política, para vermos que eles estão trabalhando, mas quando chega essa época é que eles fazem limpeza”, afirma.

A moradora lembra que a limpeza resolve apenas parte do problema do bairro. “Só não entraram ainda na minha casa por causa dos cachorros, porque nas redondezas os ladrões já entraram em todas as outras. Aqui não tem segurança, não tem nada”.

Cristiano Uemerson Cardoso, 28 anos, diz que nas últimas semanas também começou o movimento de candidatos na reunião. Isso reflete, na opinião dele, que só lembram da população quando precisam.

Asfalto novo na Marques de Lavradio (Foto: Alcides Neto)
Asfalto novo na Marques de Lavradio (Foto: Alcides Neto)
Para comerciante, não importa a época, mas sim a benfeitoria realizada (Foto: Alcides Neto)
Para comerciante, não importa a época, mas sim a benfeitoria realizada (Foto: Alcides Neto)

Ainda na região leste da Capital, a Rua Marques de Lavradio recebeu recapeamento em alguns trechos. Moradores e comerciantes da região afirmam que há meses a via sofre com um ciclo de buracos e remendos e até então nenhuma solução definitiva havia sido tomada.

“Eles tinham publicado, antes da eleição, que fariam essa rua, só que aí demorou e agora, acho que por causa da política, eles começaram”, diz a comerciante Ivanilda da Silva Moura, 39 anos,

A mulher não vota na Capital, mas afirma que a obra não seria motivo para deixar de votar em quem realizou a obra, pois o importante é a benfeitoria, não importa a época. “Pelo menos eles estão arrumando. No caso, se votasse aqui, votaria nele, porque está consertando. Mesmo não ganhando vai consertar e a obra vai ficar”, afirma.

Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Campo Grande afirma que ao voltar ao Executivo em setembro de 2015, Alcides Bernal (PP) encontrou “caos financeiro e administrativo, com salários dos servidores parcelados, dívidas, cofre vazio, greves de médicos e professores, a concessionária de lixo parou de trabalhar e o clima na cidade era de descontentamento geral”, resultado do crime evidenciado pela operação Coffee Break.

Desde então, a administração pública se esforça para “colocar a casa em ordem”, priorizando o pagamento aos servidores e restabelecendo serviços públicos essenciais, sendo necessário, por exemplo, quatro meses para regularizar a integralidade dos vencimentos e outros cinco para conseguir depositá-los no primeiro dia do mês.

O serviço de tapa-buraco, conforme o município, estava parado desde junho e voltou a operar em novembro do ano passado, tendo o problema das crateras se agravado em razão das chuvas com volume maior que nos anos anteriores, que causou ainda outros problemas, como alagamentos e desabamentos.

Para completar a situação, a cidade enfrentou epidemia de dengue, além de ter de lidar com outras duas doenças: chikungunya e zika, sendo necessário mobilizar os esforços para enfrentar o problema.

Equipe pinta meio-fio da Avenida Ministro João Arinos nesta quinta (Foto: Alcides Neto)
Equipe pinta meio-fio da Avenida Ministro João Arinos nesta quinta (Foto: Alcides Neto)

Havia ainda, conforme a nota, dezenas de obras paradas que estão sendo retomadas, o que permitiu entregar três UPAs, dois CAPS, um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), um Centro de Especialidades Infantis e um Centro de Atenção Psicossocial Infantil.

Atualmente, segundo o município, 38 bairros estão recebendo asfalto, calçamento e sinalização, por meio das obras do PAC 2 e duas ruas foram recapeadas: a Avenida Capital e a Spipe Calarge.“O resultado que se vê hoje é fruto de um trabalho árduo e eficiente".

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