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Política

Com jeito de campanha, saúde mobiliza debate na Assembleia

Fabiano Arruda | 09/08/2012 11:59
Deputado Pedro Kemp levantou assunto e foi seguido de discursos inflamados de outros parlamentares. (Foto: Divulgação)
Deputado Pedro Kemp levantou assunto e foi seguido de discursos inflamados de outros parlamentares. (Foto: Divulgação)

A máxima popular de que saúde vira prioridade só em época de campanha deu mais um passo para deixar de ser ditado e virar constatação nesta quinta-feira.

O tema centralizou os debates e durou quase duas horas na sessão de hoje na Assembleia Legislativa.

A questão foi levantada pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT), que ocupou a tribuna para criticar a crise dos profissionais de cardiologia na Santa Casa.

Segundo ele, por conta da falta de repasse de cerca de R$ 70 mil para pagamento de plantões, pelo menos 15 profissionais não atendem a ala no hospital.

Foi o suficiente para inflamar os discursos na Casa de Leis. O deputado Alcides Bernal, candidato do PP à Prefeitura de Campo Grande, foi um dos mais exaltados.

Ocupou o microfone para pedir investigação no setor em Mato Grosso do Sul, fez duras críticas ao governador André Puccinelli (PMDB) e ao prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), e sugeriu até a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para identificar “qual é o ralo” por onde escorre a verba destinada à Saúde.

Além disso, definiu como “tapar o sol com a peneira” a justificativa de que o problema é nacional. “Temos é que resolver a questão local”.

Em resposta, o líder do governo na Assembleia, Junior Mochi (PMDB), reconheceu a deficiência do serviço em todos os municípios do Estado, no entanto, retrucou o progressista.

Cobrou que as acusações viessem acompanhadas de prova “determinante” para justificar a abertura de uma CPI e acusou Bernal de utilizar o tema como fins políticos em meio à campanha eleitoral.

Para Kemp, falta ao Governo do Estado deixar sua marca na Saúde. “Este governo gosta de asfaltar”. Outro petista, Cabo Almi, que é vice de Vander Loubet à Prefeitura de Capital, também criticou a situação. “Se a superlotação dos hospitais não é fato determinante, não sei o que é”, revidou.

Esgotado o tempo regimental dos 30 minutos utilizados por Kemp, os deputados Lauro Davi (PSB), Zé Teixeira (DEM) e Mara Caseiro (PTdoB), utilizaram seus tempos para prolongar o debate.

Em seu discurso, Davi pregou inversão de prioridade no setor: ao invés de mais UTIs ou investimento em infraestrutura, cobrou foco na contratação de profissionais.

Teixeira preferiu atribuir o problema à esfera federal e afirmou que o governo Dilma não pode culpar o fim da CPMF, imposto extinto que era destinado à Saúde, como responsável pelo problema. “A arrecadação federal bateu R$ 28 bilhões. Não falta dinheiro, falta vontade".

Caseiro, por sua vez, afirmou estar cansada de “falácias” e que a os deputados precisam sair dos discursos e encontrar soluções efetivas para o problema.

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