Com projeto quase aprovado, Feirona promove último "Comilão de Sobá"
A Feira Central e Cultural de Campo Grande deve realizar a ultima edição do “Comilão de Sobá” neste domingo, durante o Festival do Sobá. O projeto de lei, do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que já foi aprovado em primeira e deve ir a segunda votação na Assembleia neste ano, proibe a realização de competições que promovam a ingestão de alimentos e bebidas em Mato Grosso do Sul.
O projeto surgiu após a morte de Luana Priscyla Fernandes, 21anos, que faleceu depois de participar de uma competição de tereré no dia 29 de abril, promovida pela Rádio Blink. Para que a proposta se torne lei deve ser aprovada em segunda votação na Assembleia e depois ser sancionada pelo governador André Puccinelli (PMDB) ou promulgada pelo presidente do legislativo, deputado estadual Jerson Domingos (PMDB).
“Até agora não recebi nenhum ofício ou comunicado pedindo que a atração fosse cancelada, por isso iremos realizar normalmente”, destacou Alvira Soares Mello, presidente da Associação da Feira Central.
Segundo ela, caso o deputado ou qualquer outra pessoa queira conferir a competição é só comparecer no próximo domingo e conferir as regras e propostas do torneio. “Estão todos convidados, também se quiserem discutir como funciona estou à disposição”, ressaltou Alvira.
A assessoria de Kemp ponderou que mandou um ofício pedindo o cancelamento da competição, porém acredita que o documento tenha sido “extraviado”. Kemp mencionou que a atração poderá trazer conseqüências “desagradáveis” tanto para o ponto cultural como a população da cidade. “Já Tivemos incidentes anteriores que nos deixaram exemplos, temos que aprender e não cometer os mesmos erros”, ressaltou ele.
Torneio – Segundo a presidente da “Feirona”, a competição não oferece perigo à saúde, pois é realizada durante um período curto. Ela ressaltou que cada competidor tem cinco minutos para ingerir “sobá” e quem comer mais vence o torneio. “Não há um tempo extenso, cada concorrente tem dois jurados para avaliar, além disso, limitamos a competição a 40 pessoas”, descreveu ela.
Alvira argumenta que a competição é feita desde 2006 e que sempre é detalhada as regras para que não aconteça incidentes com os competidores. “É um evento cultural que não tem fins lucrativos e está disponível para população, acredito que estas leis devem ser para construir e não coibir os eventos”, ponderou.
Caso seja aprovado, o projeto prevê punição para o responsável do evento, que pode ser multado em R$ 53,1 mil. A proposta deve retornar ao plenário para que seja feita em segunda votação e depois enviada ao executivo.