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Política

Combate às drogas não envolve apenas segurança, avalia Antonieta

Da redação | 13/07/2015 08:06
Ao lado de Antonieta, Michel Temer acompanha apresentação do Sisfron. (Foto: Fernando Hassessian)
Ao lado de Antonieta, Michel Temer acompanha apresentação do Sisfron. (Foto: Fernando Hassessian)

Presente na apresentação do Sisfron, o Sistema Integrado de Monitoramento da Fronteira ao presidente em exercício Michel Temer na última quinta-feira em Dourados, a Deputada Estadual Antonieta Amorim (PMDB) avaliou como positivos os esforços para o combate ao tráfico de drogas no Estado, porém chamou a atenção sobre os efeitos das drogas dentro das famílias.

"Quando se fala do Sisfron e de ações de combate ao tráfico de drogas na fronteira, é preciso ir muito além dos projetos de segurança. É preciso falar de pessoas, de jovens e de famílias. Nosso Estado é o principal portão de entrada do tráfico no Brasil e Campo Grande é a cidade que mais se consome drogas, e isso reflete não apenas nas ações de combate, mas também dentro das famílias" disse a deputada.

Antonieta ressaltou os diversos danos causados pelo tráfico no Estado, como a superlotação dos presídios, violência e os prejuízos à saúde dos usuários. "Traficantes de todo o País acabam presos aqui, gerando superlotação nos presídios e custos ao Estado. Hoje, Mato Grosso do Sul lidera o ranking de presidiários por habitante. São cerca de 15 mil encarcerados para 2,6 milhões de habitantes, sendo que a metade dos presidiários do nosso Estado foram presos por envolvimento com drogas, sem contar aqueles que cometeram crimes diversos sob influência de entorpecentes", declarou a parlamentar.

Segundo a deputada, que foi Secretária de Assistência Social em Campo Grande, em todas as principais cidades do Estado já existem cracolândias. "O uso de drogas implica em sofrimento para a família que perde um parente para o vício, ou a família que tem uma pessoa presa pelo tráfico ou que foi morta", disse a Antonieta, lembrando do caso dos jovens Breno e Leonardo, que foram assassinados por causa de um carro que seria trocado por drogas em 2012, crime que chocou Campo Grande.

Uma outra preocupação citada pela parlamentar é o aumento no desemprego. Segundo ela, pessoas desempregadas tem maior chance de envolvimento com o tráfico ou o consumo de drogas. "São pessoas que, por falta de perspectiva, pela dificuldade em conseguir um emprego, acabam buscando refúgio nas drogas, ou aqueles que acabam trabalhando para o crime. É uma vulnerabilidade a mais".

Com a implementação do Sisfron, um sistema que envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não tripulados na região de fronteira, Antonieta espera que o tráfico na fronteira possa ser controlado. "Por onde passa, a droga deixa um rastro de violência, vício e medo. A questão do tráfico deve ser enfrentada com segurança, com efetivo policial e equipamentos, mas também deve ser tratado com o sentimento de que a vida é o nosso bem mais precioso", finalizou Antonieta Amorim.

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