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Política

Comissão da Câmara rejeitou em 2008 projeto sobre detector de metal em escolas

Fabiano Arruda | 11/04/2011 17:12

Projeto, hoje arquivado, foi rejeitado pela comissão de Educação e Cultura

Crime no Realengo chocou o País e reascendeu debate sobre segurança em escolas. (Foto: AFP)
Crime no Realengo chocou o País e reascendeu debate sobre segurança em escolas. (Foto: AFP)

A comissão de Educação e Cultura rejeitou, por unanimidade, em 2008, o Projeto de Lei 3585/08, de autoria do ex-deputado federal Waldir Neves (PSDB), que torna obrigatória a instalação de detectores de metais nas escolas da rede pública.

O projeto, até então inédito no Congresso, também foi encaminhado à comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que não emitiu parecer, o que motivou o arquivamento em janeiro de 2009.

Pela proposta do agora conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), a instalação dos detectores será obrigatória nas escolas com mais de 500 alunos por turno e nas cidades com mais de 100 mil habitantes.

À época, Waldir Neves argumentou que "é imperioso e urgente coibir a entrada de armas de qualquer tipo, e para isso é importante dotar todos os centros de ensino de equipamentos modernos e eficazes".

Agora, o projeto só volta a tramitar se for desarquivado por outro parlamentar da Casa. Caso isto aconteça, o processo de tramitação volta de onde parou e, em seguida, vai para a CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação).

Constatação antiga - Neves, que renunciou ao cargo de deputado federal para tomar posse como conselheiro do TCE em 2008, disse que a constatação sobre a necessidade de reforçar a segurança nas escolas é antiga.

“Na verdade o brasileiro só fecha a janela depois que o ladrão entra. Na época já tínhamos constatado o aumento da violência nas escolas em várias capitais. Infelizmente, tem que acontecer primeiro”, comentou.

Neves acredita que a melhor forma de prevenir casos de violência é com investimentos em prevenção. O ex-deputado admite que seu projeto foi rejeitado porque os parlamentares que fizeram a análise consideraram que os equipamentos “demandariam custos altos para os Estados”.

“Talvez se o projeto fosse aprovado naquela época poderíamos ter evitado o episódio do Realengo”, afirmou, considerando que o governo federal deve adotar medidas urgentes de combate à violência, ao terrorismo, sobretudo, como projeto à Copa do Mundo de 2014.

Neves revelou ainda que o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), seu colega de partido, deve propor a reabertura do Projeto de Lei. “Conversei com o Reinaldo e tenho convicção que, com essa comoção nacional, o projeto passa”, cravou.

Circuito de segurança mostra atirador recarregando arma para, em seguida, fazer novos disparos. (Reprodução)
Circuito de segurança mostra atirador recarregando arma para, em seguida, fazer novos disparos. (Reprodução)

Realengo - O debate em torno da segurança nas escolas públicas de todo País, sobretudo, a instalação de detectores de metal nas escolas, voltou à torna após o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira entrar armado na escola municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, e disparar contra alunos, matando 12 adolescentes. Outros dez ficaram feridos.

O atirador entrou na escola com o argumento de que buscaria seu histórico escolar e, em seguida, disse que faria uma palestra. Segundo relato dos sobreviventes, ele mirava em direção às meninas e efetuou disparos em regiões letais, como tórax e cabeça.

Agora, as autoridades responsáveis pelo caso tentam entender os motivos que levaram Wellington a cometer o crime, marcado pela brutalidade.

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