Notificado, Pollon desiste de usar autismo para justificar motim
Deputado também é alvo de processo por discurso em manifestação de 3 de agosto, na Capital
O deputado federal Marcos Pollon (PL) confirmou que foi notificado pela Corregedoria da Câmara dos Deputados, na noite desta quarta-feira (13), por ter se sentado na mesa diretora durante manifestação que obstruiu a reabertura das atividades parlamentares no dia 6 de agosto.
RESUMO
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O deputado federal Marcos Pollon (PL) foi notificado pela Corregedoria da Câmara dos Deputados após sentar na cadeira do presidente da Casa durante manifestação que obstruiu atividades parlamentares. O parlamentar recuou da justificativa anterior, na qual alegou não ter compreendido a situação devido ao Transtorno do Espectro Autista. Pollon também foi notificado por discurso com palavrões durante manifestação pró-Bolsonaro em Campo Grande. O corregedor Diego Coronel notificou outros 13 parlamentares envolvidos no protesto. As possíveis punições variam de advertência à perda de mandato, com prazo de cinco dias úteis para apresentação de defesa.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Pollon disse que recebeu duas notificações. Desta vez, afirmou que não usará o diagnóstico de pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) como justificativa, recurso mencionado em outra gravação para explicar que, no momento da confusão, não teria compreendido o que acontecia.
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“Sou autista e não estava entendendo o que estava acontecendo ali naquele momento. Pedi para que ele [Marcel van Hattem] me acompanhasse, e eu sentei na cadeira do Hugo Motta. Ele sentou ao meu lado porque é uma pessoa em quem confio”, declarou no vídeo publicado no dia 8 de agosto.
Agora, ao mostrar o momento em que recebeu as notificações da Corregedoria, Pollon afirmou: “Eu não vou usar a questão do espectro para defender os meus atos. Eu tinha plena consciência”. O parlamentar disse ainda que houve tentativa de atribuir ao deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) a responsabilidade por ele estar na cadeira do presidente, mas que isso seria inverdade.
“Dentro daquela bagunça não foi privilégio meu não entender o que estava acontecendo, porque cada hora vinha uma informação. Eu busquei informação segura, com um deputado sério e corajoso”, declarou.
Conforme publicado pelo Campo Grande News nesta quarta-feira, caso reafirmasse que sua permanência na Mesa Diretora foi motivada pelo autismo, Pollon passaria por avaliação de uma junta médica da própria Câmara. Especialistas seriam convocados para emitir diagnóstico e laudo.
O deputado também foi notificado pelo discurso feito em 3 de agosto, durante manifestação pró ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Campo Grande, quando usou palavrões para criticar o convite ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para se filiar ao PL.
“Subi aqui para denunciar aqueles que querem entregar o PL para a porcaria do PSDB. E eu falo na cara: quero que se f3#da! ‘Pollon, você vai enterrar sua carreira política?’ F#da-se! Eu não vou entregar meu país, p0rr@! Déspotas, cretinos, canalhas”, gritou.
Em nota, Pollon disse que continuará defendendo a anistia das pessoas presas em decorrência dos atos de 8 de janeiro, motivo que levou à obstrução do plenário e às representações contra ele.
Além de Pollon, o corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), notificou outros 13 parlamentares envolvidos na manifestação que atrasou por horas o reinício dos trabalhos legislativos.
Segundo Coronel, todos terão direito à ampla defesa. A análise das condutas será feita “no prazo mais célere possível” e as punições vão de advertência à perda de mandato por quebra de decoro.
Pollon terá cinco dias úteis para apresentar defesa nas duas representações e afirmou que irá se basear na Constituição e na legislação, pautado pela “liberdade de expressão e manifestação”.
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