Acusada de envolvimento em esquema de fraudes no Detran é demitida
Yasmin Osório Cabral chegou a ser presa e teve a liberdade provisória concedida em janeiro deste ano
Acusada de envolvimento em esquema de fraudes no Detran (Departamento Estadual de Trânsito), Yasmin Osório Cabral teve a exoneração do cargo em comissão de Direção Estadual de Trânsito publicada no Diário Oficial do Estado, nesta terça-feira (12). Ela chegou a ser presa pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), mas teve a liberdade provisória concedida em janeiro deste ano.
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O texto, assinado pelo secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, diz que a servidora foi exonerada da função de assistente I no Detran e “se for o caso” deveria ser conduzida ao respectivo cargo efetivo do quadro permanente de pessoal do poder executivo estadual; porém Yasmin era comissionada.
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A agora ex-servidora foi presa pela equipe do DRACCO em julho do ano passado. Ela foi alvo da Operação 4º Eixo. Por estar grávida, ela foi colocada em prisão domiciliar em agosto de 2023 e era monitorada por tornozeleira eletrônica. Em janeiro, a juíza Eucélia Moreira Cassal concedeu liberdade provisória à acusada.
Em fevereiro, ela ganhou o direito à licença-maternidade após o nascimento do bebê entre os dias 13 daquele mês e 12 de junho. Yasmin era lotada na corregedoria do órgão. E agora foi demitida.
Investigação – O esquema foi descoberto após uma denúncia de um servidor do órgão que notou irregularidades em 29 liberações administrativas no sistema de informações do Detran. As liberações ocorreram em duas datas: 2 em 9 de fevereiro de 2024 e 27 em 15 de fevereiro de 2024. Todas foram associadas ao uso de seu login e senha, sendo que o servidor não estava no órgão ou realizou as ações nesses dias.
Além disso, as liberações divergiam do padrão adotado pelo servidor, limitando-se a frases genéricas como "OK VISTORIA". Com as suspeitas, foi instaurada uma investigação preliminar que apontou que as 27 liberações indevidas de 15 de fevereiro foram realizadas em um computador usado pela servidora comissionada Yasmin.
Ela havia pedido ajuda ao servidor para realizar uma consulta no sistema e acabou utilizando seu login e senha, que ficaram logados no computador. Foi identificado que um dia antes da fraude (14 de fevereiro), os documentos dos veículos foram baixados por despachantes: 25 veículos por David, 1 por Hudson Romero Sanches e Edilson Cunha, que pertenciam ao mesmo escritório despachante.
No dia seguinte, David e Hudson tentaram acessar novamente os documentos veiculares, sugerindo uma conexão entre os despachantes e as baixas indevidas. Conforme relatório da investigação policial, David, apontado como líder do esquema, mantinha um relacionamento amoroso extraconjugal e pagava Yasmin pelos serviços prestados.
Ela recebeu um iPhone 15 Pro Max entregue em uma cesta dentro do Detran-MS, joias, eletrônicos como ar-condicionado e televisão, além de valores em dinheiro via Pix. A investigação corre em sigilo.
De vítima a investigada – Em 2024, Yasmin passou de vítima a investigada. No dia 19 de fevereiro, procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para denunciar o chefe, um delegado que atuava na Cotran (Corregedoria de Trânsito), por assédio. Um dia antes, havia o registro do boletim de ocorrência do roubo de um celular.
Para a Polícia Civil, ambas as denúncias são falsas. Yasmin inventou o assalto para não ter de entregar o aparelho à Deam, que investigava o crime sexual. As acusações contra o delegado seriam, por sua vez, cortina de fumaça para que a servidora se livrasse da responsabilidade por participação em esquema de fraude, revelado em investigação do Dracco.
Em maio, ela foi indiciada por falsa comunicação de crime pela Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos), delegacia mobilizada para apurar a autoria do roubo. A Deam faria o mesmo, conforme matéria publicada pelo Campo Grande News no dia 12 de junho. Todos os casos, porém, tramitam em sigilo, tanto no âmbito policial quanto na Justiça.
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