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Política

Delação “não atrapalha determinação de derrotar impeachment", diz líder da base

Ana Cristina Campos e Luciano Nascimento, da Agência Brasil | 15/03/2016 14:18

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira (15) que a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), homologada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki – relator do processo da Operação Lava Jato – não atrapalha a determinação da base aliada de derrotar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara.

“Já foi dita tanta coisa sobre delação, se vier mais [delação], não atrapalha em nada a nossa determinação de derrotar esse morto-vivo [o impeachment] Não se faz impeachment por desejo da oposição. Não se faz impeachment ao arrepio da Constituição. Isso é uma ameaça à legalidade democrática”, afirmou Guimarães, após a reunião dos líderes da base com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

O líder do governo disse que ainda vai ler a delação de Delcídio e não quis comentar o trecho do depoimento em que o senador afirma que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ofereceu ajuda financeira para evitar a delação.

O senador entregou ao Ministério Público Federal (MPF) gravação que teria sido feita por seu assessor Eduardo Marzagão de dois encontros realizados, em dezembro do ano passado, um com Aloizio Mercadante e outro com a assessora do ministro.

“Vamos ler a delação homologada pelo ministro Teori, vamos aguardar manifestação do governo. Nada chega à presidenta. Ela não cometeu qualquer crime de responsabilidade, que é a base do impeachment”, acrescentou Guimarães.

José Guimarães destacou que a base está unida para se posicionar contrária ao impeachment. “Há compromisso da base com a legalidade democrática e tudo faremos para que o rito do impeachment seja estabelecido nos termos que o Supremo já definiu e vamos atuar o quanto antes para a gente debelar, porque isso dificulta a retomada do crescimento econômico. Não foi por nós que o processo atrasou. Estamos prontos para dialogar com toda a base, conversar com cada deputado, para virar essa página e sinalizarmos a retomada da economia.”

Oposição

Líderes de partidos da oposição defenderam a demissão de Mercadante, com base na delação premiada do senador Delcídio do Amaral e homologada pelo ministro do STF Teori Zavaski.

“Se isso se comprovar de fato, na delação premiada homologada pelo ministro, não tem outra saída que não a demissão imediata. Ele não pode continuar ministro, usando da sua autoridade para obstruir a Justiça, usando da sua autoridade para proteger criminosos”, disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Para o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), a situação é similar à da prisão de Delcídio, em novembro do ano passado. Na ocasião, o senador ofereceu dinheiro, rota de fuga e avião para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada. A conversa foi gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo, com um telefone celular escondido no bolso durante uma reunião em um hotel em Brasília, quando Delcídio fez as ofertas. “Então, numa situação feito essa, se a presidente Dilma tivesse o mínimo de dignidade, exoneraria o ministro que cometeu esse crime”, disse Imbassahy.

O ministro Aloizio Mercadante esteve reunido na manhã desta terça-feira com a presidenta Dilma Rousseff, mas deixou o encontro sem falar com a imprensa. A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do ministro, que informou que Mercadante dará uma entrevista coletiva sobre o assunto nesta tarde.

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