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Política

Delcídio diz que é “profeta do caos” e nunca foi amigo de Mercadante

Antonio Marques | 16/03/2016 08:05
Senador Delcídio diz em entrevista que não é vilão e não é bandido. Ele se considera "profeta do caos" (Foto: Divulgação/Agência Senado)
Senador Delcídio diz em entrevista que não é vilão e não é bandido. Ele se considera "profeta do caos" (Foto: Divulgação/Agência Senado)

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (16), dia seguinte em que sua delação premiada foi homologada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, atingindo autoridades políticas do governo e da oposição, Delcídio do Amaral (PT) citou sua própria versão de uma frase bastante conhecida dos fãs de Batman, herói dos quadrinhos, que tem como maior inimigo o Coringa.

“Eu não sou vilão. Eu não sou bandido. Eu sou um profeta do caos”, disse Delcídio, expressando um certo orgulho, conforme a Folha. No filme “Batman, o Cavaleiro das Trevas”, Coringa em diálogo com um rival diz que é preciso introduzir um pouco de anarquia. “Pertube a ordem estabelecida e você cria o caos. Eu sou o agente do caos.”

Na entrevista, conforme a Folha, o senador ainda ironizou o ministro da Educação Aloízio Mercadante, ex-colega no Senado que, segundo Delcídio, tentou evitar a delação oferecendo apoio financeiro e lobby junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Delcídio refutou a ideia de que o ministro de Dilma Rousseff oferecera ajuda por amizade. “Amigo? Ele é amigo da onça! Onde ele era meu amigo? Minha história toda no Senado é de briga com ele. Todo mundo sabe disso”, destacou o senador sul-mato-grossense.

Segundo a Folha, tal qual um “agente do caos”, Delcídio diz que as ofertas de Mercadante expostas na gravação feita por um assessor fazem “cair por terra” a tese de que o governo não tentou interferir no curso da Operação Lava Jato.

Além de Mercadante, o ex-líder do governo no Senado mira no também petista Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social e tesoureiro da campanha de Dilma nas eleições de 2014. “Esse aí não aguenta um empurrão”, disparou.

Conforme o jornal paulista, Edinho classifica as declarações de Delcídio como “mentira escandalosa”. Auxiliares do ministro reclamam do fato de o senador fazer ilações sem apresentar provas do que diz.

Saída – Delcídio solicitou oficialmente a sua desfiliação do PT. Em uma mensagem curta e direta, por meio de correio eletrônico, pediu as providências para o desligamento. “Sirvo-me do presente para informar minha decisão de desfiliação do Partido dos Trabalhadores”, escreveu.

Delcídio já estava suspenso dos quadros do partido desde o dia 26 de novembro, um dia após ter sido preso pela Polícia Federal. A saída já estava programada para acontecer no mesmo dia em que o Supremo homologasse a delação premiada que ele fez após ter sido preso, em novembro do ano passado, sob a acusação de ter tentado atrapalhar as investigações da Lava Jato.

Na prisão, Delcídio reclamava do abandono do PT e de falta de solidariedade por parte dos correligionários. Agora, deverá se concentrar na defesa contra a cassação do seu mandato, segundo o jornal Folha de São Paulo.

Pelo acordo de delação, Delcídio terá de devolver aos cofres públicos R$ 1,5 milhão por seu envolvimento no esquema da Petrobras. “O acordo de colaboração celebrado também teve por fim a recuperação do proveito das infrações penais praticadas pelo colaborador, no valor de R$ 1,5 milhão”, disse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de homologação.

Ainda pelos termos do acordo, Delcídio ficará dois anos e meio em prisão domiciliar e, depois, seis meses de prestação de serviços. Ficou definido que a pena máxima aplicada a ele será de 15 anos.

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