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Política

Derrotado, Geraldo culpa rivalidade e diz que interior fica sem deputado

Deputado do PSDB não conseguiu se reeleger depois de 16 anos em Brasília; Dourados perde único representante na Câmara

Helio de Freitas, de Dourados | 08/10/2018 11:50
Geraldo Resende disse que pulverização de candidaturas em Dourados impediu sua reeleição (Foto: Arquivo)
Geraldo Resende disse que pulverização de candidaturas em Dourados impediu sua reeleição (Foto: Arquivo)

O deputado Geraldo Resende (PSDB) perdeu uma eleição para a Câmara Federal pela primeira vez desde 2002. Mesmo com 61.675 votos e quinto mais votado em Mato Grosso do Sul, ele não conseguiu se reeleger para o quinto mandato consecutivo por causa do quociente eleitoral.

Nesta segunda-feira (8), Geraldo falou sobre a derrota e apontou alguns fatores considerados por ele essenciais para a derrota nas urnas. Afirma não pensar em se aposentar da vida política e que vai voltar a trabalhar como ginecologista e obstetra.

Geraldo é médico concursado do HU (Hospital Universitário) de Dourados. “Não posso jogar fora esse patrimônio de 61 mil votos, vou continuar na política para honrar quem acreditou e votou em nosso projeto por convencimento, sem compra de voto”.

Rivalidade local – Entre os motivos, o tucano citou a manobra de rivais locais, de patrocinar outros candidatos à Câmara para tirar votos dele. Concorreu com outros sete adversários locais, todos derrotados neste domingo.

Geraldo também lamentou o fato de Dourados ficar sem nenhum representante na Câmara Federal. Na década de 90, a cidade chegou a ter cinco representantes em Brasília.

“O eleitor não entendeu a necessidade de a cidade ter deputado federal. A região já chegou a ter cinco e agora não vai ter nenhum. Agora serão oito deputados da Capital”, afirmou Geraldo em entrevista à rádio Grande FM.

“Teve uma pulverização de candidaturas, algumas sem lastro político para chegar à Câmara. Candidaturas lançadas para diminuir nossa votação. Todo mundo sabe o endereço, sabe o DNA, o autor dessa proeza de lançar candidatos para tirar votos de Geraldo Resende. Todo mundo sabe quem fez esse desserviço para Dourados”, afirmou ele, sem citar nomes.

O deputado tinha confiança que seria reeleito. “Pelo volume de obras, acreditávamos que o povo teria essa percepção, de que seria fundamental ter um deputado para cuidar dos projetos de Dourados. Nunca me passou pela cabeça ficar fora. As pesquisas indicavam que ficaríamos entre os três mais votados”.

Ele também culpou a “legislação ultrapassada”, já que foi o quinto mais votado, mas ficou fora. “Vai ser uma tarefa de convencimento buscar os outros deputados. O único deputado que lutava por Dourados e pelo interior era Geraldo Resende”.

Senadora – Geraldo Resende criticou a bandeira levantada pela mídia local de que Dourados agora tem uma representante no Senado devido à eleição da advogada Soraya Thronicke (PSL),

“Nunca se apresentou como senadora de Dourados. Nasceu aqui, tem familiares aqui, mas fez toda sua vida profissional na Capital, há muito tempo mora lá e luta por lá. Espero que ela adote Dourados nesse vácuo que sobrou com nossa ausência na Câmara. Vou procurá-la e apresentar os projetos de Dourados que precisam ser acompanhados em Brasília”, afirmou Geraldo.

Neta de Firmino Vieira de Mattos, pioneiro e que dá nome a uma das ruas da área central de Dourados, Soraya teve 38.412 votos dos eleitores douradenses.

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