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Política

Em negociação do tarifaço, senadores voltam com nova crise na relação com EUA

Congresso americano quer sanções para países que mantiverem comércio com a Rússia; tema entrará no relatório

Por Fernanda Palheta | 30/07/2025 13:10
Em negociação do tarifaço, senadores voltam com nova crise na relação com EUA
Senadores em missão oficial negociações do tarifaço em Washington durante coletiva nesta quarta-feira (30) (Foto: Divulgação)

Na tentativa de somar esforços na negociação do “tarifaço” de 50% de imposto aos produtos brasileiros, os senadores se deparam com uma nova crise na relação entre o Brasil e os Estados Unidos.

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Senadores brasileiros enfrentam uma nova crise nas relações com os Estados Unidos durante a negociação do "tarifaço", que impõe 50% de imposto sobre produtos do Brasil. O Congresso americano deve aprovar sanções econômicas a países que mantêm comércio com a Rússia, afetando diretamente o agronegócio nacional, que depende de fertilizantes russos. A senadora Tereza Cristina destacou a preocupação de parlamentares e empresários americanos com a guerra na Ucrânia, enquanto o senador Jaques Wagner enfatizou a dependência do Brasil em relação aos insumos importados. O senador Carlos Viana ressaltou que a diplomacia brasileira terá tempo para negociar, já que as sanções virão do Congresso americano, e não de uma decisão presidencial. Os parlamentares buscam minimizar os impactos econômicos e abrir canais para a compra de fertilizantes russos.

O Congresso americano deve aprovar, em 90 dias, sanções econômicas para todos os países que mantiverem comércio com a Rússia. O problema foi apresentado por parlamentares e empresários americanos durante os encontros da missão oficial do Senado em Washington. A senadora Tereza Cristina (PP) apontou que o novo entrave entrará no relatório oficial da missão brasileira.

“É um assunto sensível, e ele vai estar inserido no nosso relatório porque ouvimos não só de parlamentares, mas da iniciativa privada. Eles estão preocupados em acabar com a guerra e acham que quem compra da Rússia dá munição para a Rússia continuar tendo recurso para continuar a guerra, tanto é que estão tentando fazer uma lei que vai ser lida antes do recesso aqui dos Estados Unidos. É um assunto sensível”, descreveu na coletiva de balanço da atuação do grupo na manhã desta quarta-feira (30).

A medida acertará em cheio o agronegócio brasileiro, que depende da importação de fertilizantes para o plantio de suas safras. Dados do levantamento do Comex Stat, do Ministério da Economia, apontam que 23% dos fertilizantes usados no País vieram da Rússia em 2023.

O senador Jaques Wagner (PT) salientou a dependência do setor aos insumos importados. “Temos um agro potentíssimo e temos dependência de praticamente 100%. Não tem fertilizante no anúncio dos classificados de nenhum jornal. Fertilizante falta no mundo inteiro. Ninguém faz o que quer, faz o que precisa. Não está sobrando, não tem como deixar de comprar, só se parar o agronegócio”, disse

Segundo o senador Carlos Viana (Podemos), pelo menos neste cenário a diplomacia brasileira terá tempo para negociar e ressaltou o peso das medidas que, dessa vez, devem vir do próprio Congresso americano.

“Não será um decreto do presidente, como nós estamos falando do tarifaço – uma decisão pessoal da presidência da República. Será uma lei americana que conta com o apoio dos dois partidos, uma decisão do Congresso americano. O Brasil tem tempo para se preparar e buscar consenso, buscar diálogo, como não teve para negociar as tarifas a partir do dia primeiro”, disse.

Ao chegar no Brasil, os parlamentares que compõem a missão devem seguir atuando para evitar mais impactos econômicos nos setores produtivos. Uma das expectativas é que os canais criados ao longo dos três dias nos Estados Unidos consigam abrir uma brecha que permita, pelo menos, a compra dos fertilizantes russos.

O grupo é liderado por Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e tem entre os titulares os senadores Tereza Cristina, Jaques Wagner (PT-BA) e Fernando Farias (MDB-AL). Os suplentes são Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).

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