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Política

Empresas contestam Força Tarefa e afirmam que não há superfaturamento

Paulo Yafusso | 24/03/2016 17:37
Dados apresentados pela Força Tarefa do MPE são contestados por empresários que atuam no tapa buracos (Foto: Alan Nantes)
Dados apresentados pela Força Tarefa do MPE são contestados por empresários que atuam no tapa buracos (Foto: Alan Nantes)

Empresas que atuam no setor de pavimentação asfáltica contestam os valores apresentados na ação proposta pelo MPE (Ministério Público Estadual), que resultou no bloqueio de bens de 21 acusados, num total de R$ 315 milhões. Um dos pontos questionados refere-se ao custo de execução do serviço de tapa-buraco. No processo, os promotores afirmam que, de acordo com a CGU (Controladoria Geral da União), o custo do CBQU (Concreto Betuminoso Quente Usinado) mais a mão-de-obra seria de R$ 114,07, conforme o Sicro (Sistema de Custos Referenciais de Obras).

“O próprio Tribunal de Contas diz que o Sicro trabalha com preço referencial”, afirma empresário do setor que pede para não ter a identidade divulgada. Outro empresário, que também pediu que o nome fosse preservado, explica que o custo depende de vários fatores, como tipo de material usado e o local onde o tapa buraco é feito. “É como se eu construísse uma casa em Campo Grande e executasse o mesmo projeto em Porto Murtinho, por exemplo, o custo é diferente”, comparou um dos empresários.

Eles já encomendaram um estudo sobre o assunto. Mas dados levantados junto ao setor são de que, em 2012, por exemplo, o custo da tonelada de CBQU era de R$ 207,00 em média, e as despesas com mão-de-obra girando em torno de R$ 247,00. Ou seja, o custo por tonelada chegaria a R$ 454,00. Neste ano, o custo totaliza R$ 672,62, sendo R$ 346,00 a tonelada de CBQU e R$ 326,69 de mão-de-obra por tonelada de material aplicado.

Eles citam ainda que a Prefeitura de Campo Grande, atendendo a reivindicação das usinas de produção de material para o tapa buraco, aumentou o preço pago de R$ 204,00 para R$ 340,00 a tonelada. Alegam que hoje uma equipe que trabalha com 270 toneladas de tapa buraco por mês, tem um custo de R$ 155 mil.

Outro número apresentado pelo setor: o Preço de Insumos levantado pelo IBGE em fevereiro deste ano, adotado pela Caixa Econômica Federal (CEF) foi de R$ 304,00 a tonelada. Outro dado que mostra a diferença dos valores obtidos pelo MPE no âmbito do processo em que 21 pessoas físicas e jurídicas figuram como réus, é de que em Três Lagoas, município do Estado na divisa com São Paulo, a concessionária de água e esgoto paga por metro quadrado de tapa buraco feito, R$ 103,00 – R$ 1.333,00 a tonelada.

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