ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Política

Fábio teme que Dilma vete aumento de pena para homicídio em "racha"

Josemil Arruda | 16/04/2014 19:27
Fábio quer pena mínima de 5 anos para quem mata durante "racha" no trânsito (Foto: arquivo)
Fábio quer pena mínima de 5 anos para quem mata durante "racha" no trânsito (Foto: arquivo)

O deputado federal Fábio Trad (PMDB) está temeroso de que a presidente Dilma Roussef vete emenda de sua autoria que aumenta pena nos crimes de homicídio no trânsito em virtude de “racha”. Pela proposta de Fábio, a pena de reclusão mínima é de 5 anos e a máxima 10 anos, enquanto o governo teria intenção de manter em 2 anos a mínima com máxima de 4 anos.

Fábio Trad defende que a sociedade brasileira se mobilize para que presidente não vete o dispositivo do projeto, que já foi aprovado na Câmara Federal e no Senado. Conversando, extraoficialmente, com assessores legislativos do governo, o deputado sul-mato-grossense ficou sabendo que Dilma poderá vetar o incremento da pena, quando analisar a sanção da nova lei dentro de cerca de 20 dias.

Para ele, morte no trânsito em virtude de “racha”, que é corrida de veículos desautorizada em vias públicas, é intolerável e precisa ter uma “resposta penal dura” por parte do Estado. “É a delinquência mais grave no trânsito”, avaliou o deputado peemedebista.

Durante o debate para aprovação da emenda no Senado teria ficado evidenciado que o governo tem a intenção de vetar o dispositivo porque entende que a pena é muito alta. “Argumentei que estava sustentando modalidade de culpa gravíssima, que é quase dolo eventual. Se uma pessoa embriagada, toma posse do veículo em alta velocidade e mata ou está participando de racha e mata, a maioria da jurisprudência defende que há dolo eventual e vai a júri”, afirmou Fábio, lembrando que nesse caso, pelo dolo eventual, a pena varia de 6 a 20 anos de prisão.

A pena de dois a quatro anos defendida pelo governo Dilma, na avaliação de Fábio Trad, é considerar que houve homicídio culposo no trânsito, com uso de substância psicoativa, como bebida alcoólica ou droga, o que seria “desproporcional a menor”. Observa ainda que essa pena mínima de 2 anos permite hoje até mesmo suspensão condicional da pena (Sursi) e conversão em restritiva de direitos.

“Sou contra penas altas, mas neste caso cinco anos como pena mínima é razoável para acidentes de trânsito graves, muitos causados por irresponsabilidade de condutores embriagados que ocasionam a morte. Justifica-se aí a pena maior do que o homicídio culposo, que é o causado por imperícia, imprudência”, defendeu o parlamentar. “Penas altas podem até não fazer diminuir sensivelmente os acidentes, mas penas baixas podem estimular”, finalizou.

Nos siga no Google Notícias