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Política

Fazendeiro tem 30 dias para ver laudo no Incra e fazer contra-proposta

Josemil Arruda e Zana Zaidan de Maracaju | 22/01/2014 17:32
Eduardo Riedel vê "disparidade de preços" até entre fazendas vizinhas (Foto: arquivo)
Eduardo Riedel vê "disparidade de preços" até entre fazendas vizinhas (Foto: arquivo)

A partir de hoje os fazendeiros que negociam com o Ministério da Justiça valores de indenizações pela Terra Indígena Buriti, que abrange 26 propriedades rurais em Sidrolândia, tem prazo de 30 dias para consultar os laudos de avaliação e fazer contra-propostas. Hoje, depois de várias solicitações, o Ministério da Justiça liberou esses laudos para o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A partir de hoje os produtores tem 30 dias para ir no Incra, conferir o laudo e fazer contra-proposta.

Os fazendeiros têm demonstrado discordância com o valor de indenização oferecido pelo governo federal. A oferta gira em torno de R$ 5 mil a R$ 7 mil por hectare, enquanto os produtores rurais alegam que o valor de mercado é de pelo menos R$ 10 mil. Mas mesmo entre as propriedades haveria discrepância no valor oferecido.

A Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) recebeu informações sobre esses laudos e, de uma forma geral, notou que havia uma “disparidade muito grande de preço entre as propriedades”, sem justa causa para tal. “Uma propriedade vizinha da outra sendo avaliada por valor muito mais alto”, observou o presidente da entidade, Eduardo Riedel, nesta quarta-feira (22), durante a Showtec, em Maracaju.

Eduardo Riedel disse que Incra e Funai elaboraram esses laudos. “O Incra analisou pelo valor da terra e a Funai pelas benfeitorias e chegaram no valor bruto da propriedade”, informou, reclamando do valor da indenização, que representaria “metade do preço de mercado” das terras. “É muito difícil entender a lógica do governo federal e tudo tem sido muito burocrático, muito difícil”, afirmou o líder ruralista, apontando ainda que a Funai não tem capacidade técnica para avaliar valor de benfeitoria.

A Famasul, segundo Riedel, sugeriu que cada produtor pegasse três corretores de imóveis e fizesse avaliação de mercado da propriedade, mas o Ministério da Justiça não teria aceitado, sob a alegação de que só órgão oficial poderia fazê-la.

O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) considera que os valores propostos pelo governado federal para as terras “são irresponsáveis e totalmente fora da realidade”. Essa média de R$ 5 mil o hectare, segundo ele, “paga terra em Caracol, onde é pura areia e não em Sidrolândia, onde as terras são muito férteis e tem valor de marcado muito maior, de no mínimo R$ 10 mil o hectare”.

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