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Política

Fim do suspense: sai amanhã lista de políticos e empresários denunciados

Paulo Yafusso | 30/05/2016 19:50
Paulo Passos, que assumiu a Procuradoria-geral de Justiça no início deste mês, tem a responsabilidade de oferecer denúncia contra investigados na Coffee Break (Foto: Fernando Antunes)
Paulo Passos, que assumiu a Procuradoria-geral de Justiça no início deste mês, tem a responsabilidade de oferecer denúncia contra investigados na Coffee Break (Foto: Fernando Antunes)

O procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, encaminha nesta terça-feira (31) para o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) denúncia contra alguns dos investigados na Operação Coffee Break, que investigou suposto esquema para a cassação do prefeito Alcides Bernal. Entre os que poderão ser tornar réu no processo estão empresários, vereadores e políticos. Só escapam de responder processo caso o desembargador do caso, Luiz Claudio Bonassini, não aceitar a denúncia e decidir pela impronúncia.

O MPE (Ministério Público Estadual) faz sigilo sobre quantos e quem serão os denunciados. No relatório que o então coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) promotor de justiça Marcos Alex Vera de Oliveira entregou à PGJ (Procuradoria-geral de Justiça) no incio de dezembro do ano passado, ele defendia o oferecimento de denúncia contra dois ex-prefeitos de Campo Grande, 13 vereadores e empresários.

A denúncia a ser apresentada nesta terça-feira está fundamentada no relatório entregue pelo Gaeco e também em novas diligências feitas pelos assessores da PGJ, bem como levantamento de novos documentos como laudos feitas em celulares e da quebra do sigilo bancário e fiscal. Até a conclusão do primeiro relatório pelo Gaeco, o procedimento tinha 4.500 páginas e agora são 7 mil.

Conforme consta no procedimento em andamento no TJMS, pelo menos dois fatos novos foram incluídos pelo MPE. Uma é a carta de Ronan Edson Feitosa de Lima, em que ele relata a participação de políticos, entre eles o vice-prefeito afastado Gilmar Olarte, no suposto esquema para cassar Alcides Bernal. Segundo Olarte, Ronan foi coagido e ameaçado a assinar o documento, que foi entregue em outubro ao Gaeco. Em abril deste ano, Ronan Feitosa registrou BO (Boletim de Ocorrência) relatando a ameaça.

Outro documento incluído pelo Ministério Público ao processo é o laudo da perícia feita no celular de Gilmar Olarte, em que foram encontradas mensagens que, no entendimento do MPE, sugere que o servidor do Tribunal de Justiça, Mauro Lino Alves Pena, avisou Olarte dias antes da Operação Coffee Break.

A Operação foi deflagrada no dia 25 de agosto do ano passado. Treze pessoas foram conduzidas coercitivamente para prestar depoimento ao Gaeco, sobre o suposto esquema para cassação de Alcides Bernal. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão, inclusive de 17 celulares que foram periciados pelo IC (Instituto de Criminalística).

Foram levados coercitivamente para prestar depoimento no Gaeco Mario Cesar (PMDB); Edil Albuquerque (PMDB); Airton Saraiva (DEM); Waldecy Batista Nunes (PP), o Chocolate; Gilmar da Cruz (PRB); Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão; Edson Shimabukuro (PTB) e Paulo Siufi (PMDB); Jamal Salem (PR), na época secretário municipal de Saúde, e o ex-vereador Alceu Bueno, que renunciou após escândalo de exploração sexual, além dos empresários João Amorim, Fábio Portela Machinsky e João Roberto Baird.

Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal no dia 12 de março de 2014, por 23 votos favoráveis e 6 contra. Ele retornou ao cargo no mesmo dia da realização da Operação Coffee Break, por conta de liminar a uma Ação Popular que tramita na 2ª Vara dos Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.

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