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Política

Giroto está entre os cotados para o Ministério dos Transportes

Débora Diniz, de Brasília | 08/07/2011 09:55

Preferido do PR é o senador Blario Maggi, mas "telhado de vidro" e interesses pessoais podem impedir sua nomeação.

Novato no Congresso, Edson Giroto, aparece na lista dos candidatos do PR ao Ministério dos Transportes.
Novato no Congresso, Edson Giroto, aparece na lista dos candidatos do PR ao Ministério dos Transportes.

A lista de nomes para o Ministério dos Transportes mencionada ontem (7) pelo deputado Lincoln Portela (MG), líder do PR na Câmara, tem um sul-mato-grossense.

Os rumores sobre a cotação do deputado Edson Giroto, ex-secretário de Obras do governo André Puccinelli, para a vaga deixada por Alfredo Nascimento surgiram logo assim que o ex-titular da pasta entregou sua carta de demissão, e ganham força à medida que a resistência aos favoritos para o posto aumenta.

Engenheiro civil por formação, Giroto tem a seu favor o conhecimento da área. Com isso, atende a um dos pré-requisitos já sinalizados pela presidente Dilma para o novo ministro: o perfil técnico. Por ser deputado, também se enquadra em outro desejo da presidente, que é a vivência política.

Neste quesito, aliás, pode estar também o ponto fraco do deputado. Este é o seu primeiro mandato e sua pouca experiência no Congresso pode pesar contra sua indicação.

Vice-líder do bloco parlamentar formado pelo PR, PRB, PTdoB, PRTB, PRP, PHS, PTC, PSL, Giroto disse ao Campo Grande News que o partido buscaria um consenso sobre quem será o futuro ministro. A escolha deve ser anunciada na próxima semana.

Ontem (7), o líder do PR na Câmara afirmou que o partido tem uma lista com oito a dez nomes para o cargo.

O primeiro deles é o senador Blairo Maggi, do vizinho Mato Grosso. O problema é que o próprio Maggi, dono de um império formado por empresas que vão da produção de grãos a portos, teme que a indicação atrapalhe seus negócios pessoais.

Padrinho de Luiz Antonio Pagot, afastado do Dnit por denúncias de corrupção e esquema de pagamento de propinas, há quem diga em Brasília que sua eventual posse seria um prato cheio para o início da já cogitada "CPI do Dnit".

Some-se ao "telhado de vidro" a resistência dos ambientalistas, que já agraciaram Maggi com o título de "motossera de ouro", e tem-se a receita para novos desgastes.

Após perder dois ministros no curto período de seis meses por denúncias de corrupção, desgaste é tudo o que o governo não quer.

Se o senador é o preferido do partido, o favorito do Planalto é o atual interino, o secretário-executivo Paulo Sérgio Passos. Mas a falta de consenso entre o governo e o PR sobre sua indicação pode levá-lo, mais uma vez, a sentir o gosto da cadeira de ministro apenas por um breve período, o que já aconteceu duas outras vezes.

Investigação - Enquanto seguem as apostas para o Ministério dos Transportes, uma das joias da coroa do governo federal, com papel estratégico na execução do PAC, continua a pressão para que as denúncias contra Nascimento e seus assessores sejam apuradas.

“O Pedido de demissão do Ministro dos Transportes, oferecerá isenção às investigações em torno das suspeitas de corrupção na pasta que ele conduzia, denunciadas pela revista Veja, na ultima semana”, defende o deputado Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), que após a confirmação da saída do Ministro disse que os tucanos não vão deixar que as investigações esfriem.

Na avaliação do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), é fundamental apurar o suposto esquema de cobrança de propina na pasta. “Há fortes indícios de que existe um mensalão no Ministério dos Transportes e a saída do ministro não pode ser um ponto final na história. O Ministério Público precisa investigar, mensurar a extensão dos danos à sociedade e pedir o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos que possivelmente foram desviados”, disse o líder do PSDB na Câmara. “Tem que haver punição. A impunidade é a alma da corrupção”, afirmou da tribuna.

"Penso que a atitude do governo foi correta, porém, mais importante que a demissão dele (Alfredo Nascimento) é a continuidade das investigações de desvio de dinheiro público", sustenta o deputado Fabio Trad (PMDB-MS). "A ética não é uma simples contingência que desaparece com o ato de demissão, mas um valor permanente."

Sem dúvida, a última semana de atividade do Congresso antes do recesso parlamentar promete muita discussão.

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