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Política

Insatisfeitos, 50% dos deputados de MS aproveitam janela para trocar de partido

Teve inclusive parlamentar que mudou de sigla duas vezes para tentar emplacar sucessão estadual

Gabriela Couto | 01/04/2022 09:45
Deputado estadual Paulo Duarte foi um dos últimos a decidir mudança do MDB para o PP. (Foto: Luciana Nassar)
Deputado estadual Paulo Duarte foi um dos últimos a decidir mudança do MDB para o PP. (Foto: Luciana Nassar)

Fecha hoje (1º) a janela partidária, prazo para que deputados federais, estaduais e distritais troquem de partido sem perder o mandato. Em Mato Grosso do Sul metade dos parlamentares aproveitaram a oportunidade para mudar de sigla.

Na Câmara dos Deputados, dos oito representantes do Estado, quatro decidiram que vão disputar as eleições deste ano em outra agremiação partidária. A deputada Rose Modesto deixou o PSDB para concorrer a sucessão estadual pelo União Brasil.

Já Dagoberto que chegou a comandar o diretório regional do PDT, alega que não conseguiu fechar chapa proporcional do partido, como prevê a regra eleitoral. Por isso, irá para a chapa pesada do PSDB para este ano.

Deputado federal, Dagoberto Nogueira assinou a ficha de filiação ao PSDB ao lado de vários tucanos. (Foto: Instagram)
Deputado federal, Dagoberto Nogueira assinou a ficha de filiação ao PSDB ao lado de vários tucanos. (Foto: Instagram)

A fusão do DEM com o PSL não 'deu bom' para os deputados Luiz Ovando e Loester Gomes, o Trutis. Ambos decidiram deixar o projeto do União Brasil e foram para legendas relacionadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Sendo que o primeiro decidiu ir para o PP e o segundo para o PL.

Na Assembleia Legislativa a situação foi a mesma: 50% dos deputados estaduais migraram para outras siglas. O PP que agora é comandado pela deputada federal Tereza Cristina ganhou três parlamentares nesses últimos dias.

Entraram para o partido o decano Londres Machado, o corumbaense Paulo Duarte e curiosamente José Carlos Barbosa, o Barbosinha. Este último era vetado pela cúpula do diretório progressista antes de receber a ex-ministra. Ele protagoniza ataques ferrenhos a administração do prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), onde é seu reduto eleitoral. Mas ontem, os dois posaram juntos para foto segurando a ficha de filiação do agora mesmo partido. Coisas da política.

Encontro para receber novos progressistas ocorreu no gabinete da Assembleia Legislativa, ontem à tarde. (Foto: Instagram)
Encontro para receber novos progressistas ocorreu no gabinete da Assembleia Legislativa, ontem à tarde. (Foto: Instagram)

O PL teve o registro do curioso caso do deputado mais votado da eleição passada, Renan Contar, o Capitão Contar, que chegou a se apresentar como pré-candidato ao partido. Mas, sua disposição a querer ser o nome de Bolsonaro não colou internamente no diretório e ele decidiu nas últimas horas, mudar pela segunda vez de legenda.

Agora Contar será o representante do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). “Encontrei no PRTB lealdade, compromisso e mais uma frente de apoio incondicional ao Presidente Bolsonaro”, justificou.

Enquanto isso, a legenda do presidente da República recebeu em Mato Grosso do Sul, como filiados com mandato, os deputados Carlos Alberto David, o Coronel David e Neno Razuk. Outras legendas receberam um deputado cada: Felipe Orro agora é do PSD, Herculanos Borges, passa a representar o Republicanos, Lucas de Lima, o PDT e, Rinaldo Modesto, o Podemos.

E apesar do PSDB perder dois integrantes, ainda continua com a maior bancada - agora ao lado do PP - ao receber outros dois novos deputados. Entraram para o ninho tucano Jamilson Name e Zé Teixeira. A janela se abre todo ano eleitoral, sempre seis meses antes do pleito.

Presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB) ao lado do novo colega de partido, Jamilson Name. (Foto: Luciana Nassar)
Presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB) ao lado do novo colega de partido, Jamilson Name. (Foto: Luciana Nassar)

Neste ano, o período de troca partidária ficou aberto de 3 de março a 1º de abril. Esta é uma das únicas hipóteses para que deputados troquem de agremiação ainda durante o mandato. As outras são: a criação de uma sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal. Qualquer mudança de legenda que não se enquadre nesses motivos pode levar à perda do mandato.

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