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Política

Lula se uniu ao PMDB para não ser cassado pelo ‘Mensalão’, conta Delcídio

Durante depoimento ao MPF, ex-senador contou como PT se uniu ao PMDB

Anahi Zurutuza | 16/09/2016 15:28
Delcídio do Amaral, em sessão no Senado (Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado)
Delcídio do Amaral, em sessão no Senado (Foto: Alessandro Dantas/Agência Senado)

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria se aproximado do PMDB para evitar o próprio impeachment durante o escândalo do Mensalão, em 2005. Foi o que delatou o ex-senador de Mato Grosso do Sul Delcídio do Amaral (ex-PT e sem partido), aos procuradores do MPF (Ministério Público Federal) que conduzem as investigações da Operação Lava Jato.

Conforme o jornal Estadão, durante depoimento, Delcídio teria contado como se deu o início da parceria PT-PMDB. “Quando sobreveio o Mensalão, ele (Lula) percebe que ele se arruma ou ele poderia ser impichado, inclusive. Uma tese que era defendida desde o início do governo pelo ex-ministro José Dirceu (era) que o PMDB deveria participar ativamente da base do governo. O próprio José Dirceu trabalhou nisso. Quando o José Dirceu foi levar essa aliança para o Lula já combinado com o PMDB, o Lula não topou. Aí veio o Mensalão”, relatou Delcídio.

O ex-senador, ainda segundo o Estadão, disse à Procuradoria da República que o então presidente teve de “rever suas posições” quando o escândalo de compra de votos no Congresso Nacional estourou. Delcídio afirmou que ouviu de Lula: “ou eu abraço o PMDB ou eu vou morrer”.

Foi quando o Partido do Movimento Democrático Brasileiro começou a ter participação mais expressiva no governo. “[O PMDB] estabeleceu tentáculos em toda a estrutura de governo. Não foi só na Petrobrás, não. Assumiu Ministério de Minas e Energia, Eletrobrás, o setor elétrico, que nos governos anteriores era feudo do PFL, passou a ser feudo do PMDB”, contou Delcídio.

De acordo com o que apurou o Estadão, o Ministério Público Federal questionou Delcídio sobre se “houve um acordo para poupar o presidente Lula do impeachment?“ e se “havia essa possibilidade?”.

O delator na Lava Jato deu resposta afirmativa e ressaltou que o risco de Lula ser cassado “era grande”.

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