Na véspera da sessão sobre denúncia, só Marun declara voto pró-Temer

Faltando menos de 24 horas para o início da sessão que decidirá o futuro de Michel Temer (PMDB) só um deputado federal de Mato Grosso do Sul declarou voto favorável ao presidente e contra o prosseguimento da denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra o comandante máximo do país. A bancada do Estado na Câmara Federal tem oito votos.
Carlos Marun (PMDB), aliado declarado do presidente, é o único que confirma que votará para livrar Temer do processo no STF (Supremo Tribunal Federal) enquanto ele estiver no cargo.
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Geraldo Resende (PSDB) diz que já se decidiu, mas não revela o voto. “Já decidi, mas só vou publicizá-lo na hora da votação. Conversei com prefeitos, empresários, representantes do meu eleitorado e não tenho mais dúvida, mas prefiro não falar agora”, afirmou.
Já os deputados da oposição – Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) – anunciaram que votarão pelo prosseguimento da denúncia.
Enquanto isso, Tereza Cristina (PSB), Elizeu Dionízio (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) fazem mistério.
Marun diz ter a convicção que o presidente terá cinco votos favoráveis. “Respeito essa indecisão, mas eu acredito que no momento que decidirem, vão se decidir favoravelmente”, revelou a reportagem.
O deputado não contou, entretanto, se tevês conversas recentes com os colegas. “Mas, certeza eu tenho do meu voto e do Elizeu, até pelo posicionamento dele na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]”, garantiu o peemesdebista. O deputado do PSDB votou contra o prosseguimento da denúncia no dia 6 de julho.
A reportagem não conseguiu contato com os três parlamentares que estariam indecisos.

Votação – Na sessão desta segunda-feira (1º), foi feita a leitura da denúncia e parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A votação foi convocada para começar às 9h desta quarta-feira (2).
Amanhã, a sessão começa com a abertura de espaço para discussões, para depois chegar a fase da votação. São necessários 342 (votos) dos 513 deputados, para que o processo tenha continuidade, se a oposição não tiver os votos suficientes, o presidente só será investigado após deixar o cargo.
O presidente Michel Temer (PMDB) é processado por corrupção passiva. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot atribui crime a Temer a partir do inquérito da Operação Patmos - investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS.