Nem toda denúncia é prova concreta, dizem petistas sobre delação
Deputados estaduais do PT afirmam que o STF (Supremo Tribunal Federal) terá que avaliar e investigar item por item da delação premiada feita – e homologada – pelo senador Delcídio do Amaral (PT) para identificar o que realmente é verdade. Eles alegam que nem toda denúncia feita deve ser descrita como uma "prova concreta" contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
"A partir da delação homologada, o Judiciário tem toda autoridade para julgar e avaliar o que foi dito pelo Delcídio (Amaral), mas só pedimos o direito da defesa e a presunção da inocência. Vamos defender a investigação, assim como o PT sempre fez no passado", disse o deputado Cabo Almi (PT).
O petista ponderou que "nem toda acusação é prova de culpa" e que a população quer a punição para quem praticou irregularidades, mas "sem injustiças". O deputado Amarildo Cruz (PT) seguiu o mesmo discurso, ao dizer que cabe a Justiça avaliar todas estas informações.
"O ministro Teori Zavascki sempre teve uma postura sóbria e saberá julgar e discernir o que for verdade. Tudo que foi levantado precisa ser apurado, aquilo (delação) não é prova, precisa ser investigado". Sobre a decisão de Delcídio, de aceitar a delação premiada, os parlamentares lembram que ele estava preso e que naquele momento, o senador buscava a sua liberdade.
Os deputados do PT preferiram não comentar sobre a possível ação do Governo Federal, para tentar comprar o silêncio do senador, divulgado hoje (15), em reportagem Revista Veja. Ela revela um diálogo entre o ex-chefe da Casa Civil, Aluísio Mercadante, com o assessor de Delcídio, José Eduardo Marzagão, que inclusive teria gravado a conversa e encaminhado para Procuradoria-Geral da República.
Os petistas alegam que como se trata de uma divulgação recente, ainda vão analisar o conteúdo, para depois se pronunciarem sobre o assunto.