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Política

Olarte contesta veracidade da carta e diz que foi armação de adversários

Paulo Yafusso | 27/05/2016 20:05
Gilmar Olarte diz que as operações Coffee Break e Adna não trazem provas concretas que o incriminem (Foto: Marcos Ermínio)
Gilmar Olarte diz que as operações Coffee Break e Adna não trazem provas concretas que o incriminem (Foto: Marcos Ermínio)

O vice-prefeito afastado Gilmar Olarte (PROS) nega o teor da carta entregue por Ronan Edson Feitosa de Lima ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em outubro do ano passado, e que passou a fazer parte do procedimento da Operação Coffee Break. Segundo ele, o envio da carta ao órgão do MPE (Ministério Público Estadual) faz parte de manobra do adversário político, o prefeito Alcides Bernal (PP).

Olarte ligou para a redação do Campo Grande News após a publicação da matéria sobre a carta, que em março foi periciada a pedido do Ministério Público Estadual e o IC (Instituto de Criminalística) atestou a autenticidade da rubrica e assinatura que constam no documento com o nome de Ronan Edson Feitosa de Lima. “Forçaram ele (Ronan), que está sendo ameaçado de morte, e acho que a carta foi assinada em branco. Ronan prestou depoimento à Justiça em fevereiro e ele não disse nada daquilo”, afirmou Olarte.

Ele citou que a prova dessas ameaças é que Ronan Feitosa registrou queixa na Polícia Civil da ameaça sofrida por um agiota a quem estaria devendo. O BO (Boletim de Ocorrência) de injúria e ameaça foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) às 14h11 do dia 19 de abril deste ano.

No BO Ronan Feitosa relata que tem uma dívida com Edmundo de Freitas Carrelo e que vem sendo pressionado e recebendo ameaças para a quitação da dívida. E diz que em outubro do ano passado, Edmundo e dois homens foram até a casa dele e nesta ocasião “o autor pediu para o comunicante vítima assinar um papel (digitado), o qual o autor alegou que seria um reconhecimento da dívida”. Ele afirmou na Depac que não pode ler o que estava escrito no papel e que mesmo assim assinou por estar com medo.

Ainda de acordo com o que consta no BO, na semana anterior ao registro da ocorrência, Edmundo Carrelo esteve novamente na casa dele para cobrá-lo, quando disse que havia protocolado a carta na justiça. O Campo Grande News conversou com Carrelo pelo telefone que consta no BO. Ele disse desconhecer o Boletim de Ocorrência registrado por Ronan Feitosa e não quis fazer nenhum comentário, sem antes consultar o advogado.

O advogado Jail Azambuja, que atua na defesa de Gilmar Olarte, afirma que Ronan Feitosa nega a validade da carta entregue ao Gaeco. O vice-prefeito afastado disse que será solicitada a juntada do BO ao procedimento da Coffee Break. Azambuja disse ainda, que já formalizou pedido para que o desembargador do caso, Luiz Cláudio Bonassini, colha o depoimento de Ronan Feitosa, do advogado Antonio Trindade e do ex-secretário de Governo de Alcides Bernal, Paulo Pedra.

Segundo Olarte, o ex-motorista dele, Fabiano Neves, prestou novo depoimento ao Gaeco e afirmou que havia sido coagido a dar as informações prestadas no primeiro depoimento, em que afirmava ter levado Gilmar Olarte a várias reuniões em que supostamente seria para discutir a cassação de Bernal. “Pode ver que nesse depoimento do Fabiano (o segundo), ele diz exatamente a mesma coisa que o Pedra disse no depoimento”, afirma Olarte.

Fabiano Neves afirmou que foi coagido por Bernal a dar a primeira versão no depoimento ao Gaeco e que teria sido orientado pelo advogado Antonio Trindade, e disponibilizou o áudio da conversa. O ex-secretário de Governo Paulo Pedra afirmou que se for chamado para novo depoimento, vai repetir o que disse ao Gaeco. O Campo Grande News tentou falar também com Antonio Trindade, mas ele não atendeu as ligações.

Segundo Gilmar Olarte, tudo isso é armação “do Bernal e sua turma” e que está tranquilo pois tanto na Operação Coffee Break como na Adna as acusações não tem fundamento. “Não existe nenhuma prova concreta, mais cedo ou mais tarde tudo será esclarecido. Respeito o trabalho do Ministério Público e do Judiciário, mas a lei diz que quando não há prova o réu é inocente”, declarou.

Prefeito Alcides Bernal disse, por meio de sua assessoria, que não vai comentar o caso, e que Gilmar Olarte deve discutir a questão com o Gaeco.

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