ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 24º

Política

Para cobrir rombo no IMPCG, CPI pede venda da folha de inativos e contratações

Propostas integram relatório final da comissão de inquérito aberta pela Câmara de Campo Grande, que analisará o documento a partir de fevereiro de 2018

Humberto Marques | 27/12/2017 13:55
IMPCG foi alvo de investigação da Câmara; CPI apresentou diversas sugestões para cobrir deficit no órgão. (Foto: PMCG/Divulgação)
IMPCG foi alvo de investigação da Câmara; CPI apresentou diversas sugestões para cobrir deficit no órgão. (Foto: PMCG/Divulgação)

Além de recomendar à Prefeitura da Capital que siga o plano de amortização do deficit do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande) previsto em decreto datado de 2015, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou a origem do rombo no órgão apresentou uma série de sugestões ao município, a fim de contornar os problemas financeiros na instituição.

Entre elas, está a contratação de servidores efetivos, cujas contribuições ajudariam a equalizar os pagamentos feitos àqueles que estão se aposentando, e também a negociação em separado da folha salarial dos inativos –a exemplo do que ocorreu neste mês envolvendo as contas de todos os funcionários municipais, aposentados e pensionistas.

O relatório da comissão foi concluído em 22 de dezembro, um dia depois da última sessão plenária do Legislativo municipal. O documento foi divulgado pela assessoria da vereadora Cida Amaral (Podemos), relatora da comissão, e só deve ser analisado pelo plenário da Casa em fevereiro de 2018, após a Câmara retomar as atividades em plenário.

A CPI sugeriu que a prefeitura elabore um projeto de lei que permita transferir a dívida ativa do tesouro para previdência municipal, visando a cobrir o deficit atuarial, bem como o aporte de receitas novas que não sejam usadas pelo Paço –como o aluguel mensal de uma rede de transmissão de sinal de telefonia móvel, por exemplo.

Os vereadores ainda recomendam que gastos com auxílio-doença, auxílio reclusão e salário família passem a ser responsabilidade do tesouro, e que a alíquota patronal do IMPCG passe a ser de 22%. Tais medidas seriam adotadas dentro de um plano que permita restabelecer o equilíbrio financeiro da previdência da Capital.

Venda da folha – Também com esse objetivo, os vereadores sugeriram que a folha da previdência seja negociada em separado da dos demais servidores –neste ano, o Bradesco arrematou por R$ 50 milhões o direito de administrar as contas-salário dos servidores da prefeitura–, ou que um percentual do que for arrecadado com essa negociação seja destinado ao Previ-Camp (responsável pelos benefícios previdenciários).

Cida Amaral foi a relatora da CPI do IMPCG. (Foto: Divulgação)
Cida Amaral foi a relatora da CPI do IMPCG. (Foto: Divulgação)

Outras fontes de receita para o IMPCG viriam da alienação de bens móveis e imóveis ou da instituição de um percentual ou “pedágio” em doações de áreas. O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) em pagamentos feitos pelo IMPCG e o ISS (Imposto Sobre Serviços) retido pelo Funserv (Fundo de Assistência à Saude do Servidor) também poderiam ser considerados receita própria do Previcamp.

Contratações – Há, ainda, espaço no relatório para sugestões sobre como o IMPCG deve proceder a fim de cobrir seu deficit. A primeira delas propõe que o município contrate servidores públicos para substituir os aposentados “na mesma proporção das concessões de aposentadorias”. Desta forma, os novos trabalhadores pagariam contribuições em substituição àqueles que passam a ter direito a recebimentos.

A medida também inclui a substituição de trabalhadores admitidos por meio de contratos administrativos e terceirizações por concursados ou, no caso de professores, “priorizar a prorrogação de carga horária aos servidores efetivos para que as contribuições sejam destinadas ao Previ-Camp”.

Os vereadores ainda propuseram que o IMPCG cobre dos entes públicos multas e acessórios não pagos por atrasos nos repasses de contribuições previdenciárias, “bem como a recomposição dos aportes não realizados no período analisado”. No relatório, aponta-se uma dívida superior a R$ 227 milhões apenas em 2015, que começaria a ser paga em parcelas de R$ 756,5 mil ao longo de 90 meses, bem como a quitação de dívidas atuariais cujas parcelas chegariam a R$ 2 bilhões em 2048, data do último pagamento.

Os vereadores ainda incluíram no relatório final proposta visando a realização de eleições diretas para a presidência e conselhos deliberativos do instituto. E, fora do campo administrativo, foi sugerido que sejam adotadas políticas de saúde pública junto aos servidores, de forma a reduzir a concessão de auxílios-doença pelo instituto.

Somente após serem adotadas as medidas acima é que os vereadores recomendam a discussão quanto ao aumento de alíquotas, “priorizando o aumento da contribuição do ente municipal”. Isso porque, até 2012, os aportes de servidores e do município eram praticamente paritários (a prefeitura aportava 11,5% da remuneração dos trabalhadores a título de contribuição, quadro que só começou a mudar em janeiro de 2013).

Nos siga no Google Notícias