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Política

Presidente do Senado arquiva PEC da Blindagem sem votação em Plenário

Após rejeição na CCJ, Davi Alcolumbre determinou fim da proposta; bancada de MS no Senado votaria contra

Por Jhefferson Gamarra | 24/09/2025 16:25
Presidente do Senado arquiva PEC da Blindagem sem votação em Plenário
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) durante sessão desta quarta-feira (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), determinou nesta quarta-feira (24) o arquivamento definitivo da PEC 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, sem necessidade de votação no Plenário da Casa. A decisão veio logo após a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) rejeitar o texto por unanimidade, considerando a proposta inconstitucional.

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Senado arquiva PEC da Blindagem após rejeição unânime na CCJ. A proposta, que alteraria a Constituição para exigir autorização prévia do Congresso para processar parlamentares, foi considerada inconstitucional e arquivada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sem votação em Plenário. A decisão seguiu a rejeição unânime da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A PEC, criticada por dificultar investigações e proteger parlamentares de crimes como corrupção, foi vista como um retrocesso na transparência e responsabilização. O relator na CCJ, senador Alessandro Vieira, classificou a proposta como um "golpe fatal" à legitimidade do Legislativo. Senadores de Mato Grosso do Sul se posicionaram contra a PEC, enquanto a bancada sul-mato-grossense na Câmara se dividiu na votação anterior.

“Esta presidência, com amparo regimental claríssimo, determina o seu arquivamento sem deliberação de Plenário”, afirmou Alcolumbre, destacando o desempenho do presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), e do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). “A PEC mobilizou o Parlamento e a sociedade, e a rejeição unânime na comissão é uma resposta clara ao clamor popular”, enfatizou.

A proposta previa mudanças na Constituição que exigiriam autorização prévia da Câmara ou do Senado para que parlamentares fossem processados criminalmente. O texto estabelecia ainda que a deliberação sobre essa licença ocorresse por voto secreto da maioria absoluta dos membros da Casa respectiva, com prazo de até 90 dias após recebimento de ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

A medida foi considerada como um retrocesso na transparência e na responsabilização de deputados e senadores, criando barreiras para investigações criminais e protegendo parlamentares de possíveis punições.

Na CCJ, o relatório do senador Alessandro Vieira foi aprovado por 26 votos a 0, sem registro de apoio à proposta. Alessandro destacou que, embora a imunidade parlamentar seja uma garantia constitucional, a PEC seria um “golpe fatal” à legitimidade do Legislativo e abriria espaço para que parlamentares fossem protegidos de crimes graves, como corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

Os três senadores de Mato Grosso do Sul: Soraya Thronicke (Podemos), Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) haviam declarado que votariam contra a PEC no Plenário.

Já a Câmara dos Deputados, a bancada de Mato Grosso do Sul se dividiu durante a aprovação da proposta em 17 de setembro. Votaram a favor da PEC: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP) e Humberto “Beto” Pereira (PSDB).

Votaram contra: Vander Loubet (PT) e Geraldo Resende (PSDB). Já Camila Jara (PT) e Dagoberto Nogueira (PSDB) não registraram voto na sessão.