Relação com Governo Federal não deve mudar, diz Riedel após filiação ao PP
Avaliação vem após PT decidir se desligar do Governo Estadual e Riedel optar por partido de direita

O governador Eduardo Riedel considerou que a ida dele para o PP (Progressistas), oficializada esta semana, e a decisão dos dirigentes do PT (Partido dos Trabalhadores) de deixar a base aliada do Governo Estadual não refletirão nas relações com o Governo Federal. Ele falou sobre o assunto esta manhã, durante evento promovido pela Prefeitura de Campo Grande para entregar a obra de recapeamento da Avenida Duque de Caxias, na saída para Aquidauana, custeada pelo Estado e Município.
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O governador Eduardo Riedel afirmou que sua filiação ao PP e a saída do PT da base aliada do governo estadual não afetarão as relações com o Governo Federal. Durante evento em Campo Grande, Riedel lamentou a polarização política e ressaltou que manterá o foco em parcerias e entregas à comunidade. Apesar de reconhecer divergências políticas com o presidente Lula, o governador garantiu que isso não interferirá nas parcerias entre União e Estado. Riedel destacou que continuará agradecendo investimentos federais em Mato Grosso do Sul, priorizando resultados administrativos sobre discussões políticas.
Ao discursar, Riedel lamentou o tom polarizado da política, dizendo que preferia não empenhar energia nesse viés, mas em parcerias para fazer entregas à comunidade. “Na minha gestão eu não vou ficar perdendo tempo com esse tipo de discussão, porque ela não agrega nada para ninguém”, falou. Já durante entrevista, ele lembrou que tem diretrizes políticas divergentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e isso sempre foi de conhecimento do presidente, sem ter interferido nas parcerias entre União e Estado, o que não deve mudar.
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“Com relação ao Governo Federal, eu acho que o presidente sabe que eu sou oposição ao Governo Federal. Eu acho que não, eu tenho certeza. A gente já conversou sobre isso. Agora, o que ele faz no Mato Grosso do Sul, eu sempre vou agradecer. O que ele executa de obras ou de ações em investimentos aqui no Estado, eu sempre serei grato, como governador desse Estado”, disse, acrescentando que o mais relevante é a entrega de obras e a parceria estabelecida, e que não vai “abrir mão por conta de discussão política, sendo adversário ou sendo parceiro.”
Nas últimas semanas, Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja selaram mudanças do PSDB para o PP e PL, respectivamente (no caso de Azambuja, a previsão é de filiação em setembro), e ambos assumiram posição em defesa da anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro e de pessoas condenadas pelos atos do 8 de janeiro. Os novos partidos são de oposição, embora o PP, que formou uma federação com o União Brasil, também tenha integrantes apoiando o Governo Federal.
No Estado, a senadora Tereza Cristina, presidente estadual do PP, é crítica ao Governo Lula, e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, até deixou de participar de eventos com a presença do presidente ou mesmo de ministros.
As declarações de Riedel levaram o PT no Estado a decidir deixar a base de apoio e os cargos comissionados que ocupa. Os políticos da legenda ainda não trataram do assunto pessoalmente com o governador, que permaneceu em viagem até o final da semana passada.
“O que depender de mim não muda nada. Eu sou muito focado no administrativo, então vocês acompanharam aí toda a discussão do PT, deixa o governo, não deixa. Eu nem conversei com o PT ainda, eles me comunicaram pela imprensa e tudo certo. Se quiser deixar, à vontade. Não muda a diretriz e as ações de governo”, comentou.
Sobre o cenário que virá da disputa político-eleitoral de 2026, ele reconhece que as coisas mudam de figura, com as posições ficando evidentes. “Mas na hora da eleição, a gente sabe das nossas posições divergentes e nós vamos trabalhar nisso. Sem agressão, sem histeria, sem briga com ninguém, mas deixando claro as nossas posições. Eu acho que isso é importante no ambiente político.”