Rota Bioceânica é destaque em evento de integração comercial entre Brasil e Ásia
Governador apresentou projeto que deve reduzir prazos e custos de exportação, oferecendo vantagem competitiva
Empresários e investidores japoneses e brasileiros conheceram, nesta segunda-feira (22), os potenciais da Rota Bioceânica, durante a palestra “Comércio com o Mercado Asiático e Rota Bioceânica”, realizada na Japan House São Paulo. O encontro foi promovido pelo Consulado-Geral do Japão em São Paulo, pelo Governo de Mato Grosso do Sul e pela própria instituição cultural japonesa.
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Empresários e investidores japoneses e brasileiros participaram de um evento na Japan House São Paulo para discutir as oportunidades da Rota Bioceânica, corredor rodoviário que conectará o Brasil aos portos chilenos, passando por Paraguai e Argentina. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou o potencial do Estado em segurança alimentar, sustentabilidade e inclusão social, além de apresentar o Pacto Pantanal, iniciativa de preservação ambiental. A Rota Bioceânica promete reduzir o tempo de transporte de mercadorias para o Sudeste Asiático em até 17 dias, oferecendo vantagens logísticas e competitivas. O projeto inclui mecanismos de segurança e controle, como documentos eletrônicos e hubs logísticos. O evento também contou com a participação de autoridades japonesas e brasileiras, reforçando a importância da integração comercial entre os países.
O evento destacou oportunidades de integração comercial entre Brasil e Ásia e o papel estratégico do corredor rodoviário que conectará o país aos portos chilenos, passando por Paraguai e Argentina.
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O governador Eduardo Riedel (PP) apresentou a estratégia sul-mato-grossense diante das transformações internacionais, abordando segurança alimentar, transição energética, inclusão social e sustentabilidade. Ele lembrou que, entre 2010 e 2020, a indústria de transformação do Estado cresceu 68%, enquanto Mato Grosso do Sul mantém hoje a menor taxa de desocupação do país (5,5%) e a terceira menor taxa de extrema pobreza (2%).
Riedel destacou o perfil agroambiental do Estado, que soma 1,7 milhão de hectares de florestas plantadas e exporta US$ 9,9 bilhões por ano: US$ 3,6 bilhões do complexo soja, US$ 2,7 bilhões do setor florestal e US$ 1,7 bilhão em carnes.
Ele também ressaltou o Pacto Pantanal, iniciativa que prevê R$ 1,4 bilhão em ações de preservação e desenvolvimento sustentável até 2030, envolvendo infraestrutura, educação, saúde, saneamento e meio ambiente. O pacote inclui o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA Pantanal).
“Nosso objetivo é oferecer melhor qualidade de vida às comunidades locais, fomentar boas práticas de preservação do bioma e consolidar Mato Grosso do Sul como Estado Carbono Neutro até 2030”, afirmou o governador.

Ao detalhar a estrutura da Rota Bioceânica, Riedel explicou que o corredor rodoviário parte de São Paulo, pelo porto de Santos, em direção ao Pacífico, chegando às cidades chilenas de Iquique e Antofagasta.
“Nos portos do norte do Chile, o acesso marítimo para o Japão e outros países do Sudeste Asiático é significativamente mais curto do que pelos portos do Atlântico brasileiro. Cada produto, cada cadeia produtiva, encontrará seu caminho ideal. Não se trata de uma rota voltada a commodities, mas a produtos conteinerizados, conferindo um diferencial competitivo às regiões Centro-Sul do Brasil. Como já mencionei, o transporte pela Rota Bioceânica reduz em 12 a 17 dias o tempo de viagem, o que impacta diretamente nos custos. O trajeto pelo norte do Chile oferece vantagens expressivas nesse sentido”, destacou.
O governador acrescentou que a rota contará com mecanismos de segurança e controle, como documento de transporte eletrônico, hubs logísticos, qualificação de condutores e normas específicas de segurança viária. Além disso, reforçou que o status de área livre de febre aftosa é um diferencial para ampliar a confiança dos mercados internacionais.
A programação contou ainda com falas do presidente da Japan House São Paulo, Carlos Roza; do cônsul-geral do Japão, Toru Shimizu; do chefe da Assessoria Internacional do Governo de São Paulo, Samo Tossati; e do deputado estadual sul-mato-grossense Roberto Hashioka (União Brasil).
Inaugurada em 2017, a Japan House São Paulo é parte de uma rede internacional dedicada à difusão da cultura japonesa contemporânea, com unidades também em Londres e Los Angeles. A instituição promove gratuitamente eventos e exposições em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte.