Em guerra das Havaianas, deputado sugere até troca por marca bolsonarista de MS
Parlamentares petistas defenderam o chinelo e criticaram o boicote da direita

Às vésperas das eleições de 2026, a polarização chegou até os pés dos brasileiros depois do novo comercial da Havaianas, que sugeriu não iniciar o novo ano com o pé direito, mas com os dois pés. Bastou para ala de políticos sul-mato-grossenses entrar na polêmica jogando todos os chinelos da marca no lixo e até sugerindo marcas bolsonaristas aqui de Campo Grande como alternativa.
RESUMO
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A polêmica envolvendo a marca Havaianas se intensificou após um comercial que sugere não começar 2026 com o "pé direito". Políticos de Mato Grosso do Sul reagiram à campanha, com parlamentares do PL descartando produtos da marca e sugerindo alternativas alinhadas ao bolsonarismo. Deputados do PT defenderam a empresa brasileira, criticando o boicote promovido pela direita. A deputada Camila Jara ironizou a situação, enquanto Pedro Kemp fez referência às tornozeleiras eletrônicas usadas por opositores. Até o momento, as vendas nas lojas físicas da Capital não foram afetadas pela controvérsia.
Seguindo o exemplo do deputado federal cassado Eduardo Bolsonaro (PL), o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) jogou todos os chinelos da Havaianas que tinha em casa no lixo. "Passei a minha vida inteira usando chinelo Havaianas, mas infelizmente, como eu não vou poder virar 2026 com o pé direito, aqui em casa vai para o lixo. A Havaianas aqui na minha casa não entra mais", disse.
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O parlamentar sul-mato-grossense ainda classificou a campanha estrelada pela atriz Fernanda Torres, indicada ao Oscar por "Ainda Estou Aqui", como "o maior tiro no pé" da marca.
Já o deputado federal Marcos Pollon (PL) usou as redes sociais para indicar uma marca de chinelos local como alternativa para o boicote iniciado pela direita e extrema direita nacional. A marca "Pantaneira" foi criada em 2023 e carrega a bandeira de Mato Grosso do Sul nas correias. "Sigam essa marca, o dono é patriota", garante o parlamentar.
A deputada federal Camila Jara (PT) também entrou na polêmica criticando a mobilização pelo boicote. "E a extrema direita, que ficou sem pauta no Congresso Nacional, em um extremo ato de nacionalismo decidiu cancelar uma das maiores empresas brasileiras", ironizou. "Vocês que defendem tanto o liberalismo, o posicionamento de marca, vamos começar a praticar mais isso", completou.
A petista ainda relembrou a falta de apoio e valorização dos políticos de direita e extrema direita na campanha brasileira pelo Oscar deste ano. "Como se não bastasse não valorizar a cultura local e reconhecer os nossos grandes artistas, agora estão querendo cancelar uma das maiores empresas porque falou: não vamos começar o ano com o pé direito", disse.

A deputada estadual Gleice Jane (PT) se posicionou publicando uma foto com dois pares de Havaianas nas redes sociais. A parlamentar reforçou que seguirá usando Havaianas em 2026. "Nós vamos começar o ano de 2026 com os dois pés na esquerda. Que venha Lula, Fábio Trad, Vander Loubet e nós novamente", disse.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) também entrou na polêmica, provocando os adversários ao indicar que a esquerda usa Havaianas, enquanto a direita usa tornozeleira eletrônica, em referência à medida protetiva usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de ser preso por tentativa de golpe de Estado.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) enfatizou a polarização, dizendo que "Havaianas sempre foi o chinelo das empregadas domésticas, das trabalhadoras e dos trabalhadores, das crianças das periferias e do interior pobre do Brasil". Segundo ela, o chinelo se tornou um símbolo da esquerda.
Impacto – A polêmica ainda não chegou às lojas físicas da marca na Capital. O Campo Grande News procurou representantes da Havaianas na manhã desta segunda-feira (22). A unidade localizada na Avenida Calógeras informou que não houve impacto nas vendas até o momento. As outras unidades não retornaram até a publicação desta matéria.
Colaborou Raíssa Rojas.
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