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Política

Vereadora sugere presença de policiais ou separação de mulheres em ônibus

Elverson Cardozo e Kleber Clajus | 26/09/2013 18:03
Algo precisa ser feito, disse a vereadora, mas "não pode ser só uma medida da educação, da indignação, mas algo que coíba definitivamente esse tipo de prática”. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Algo precisa ser feito, disse a vereadora, mas "não pode ser só uma medida da educação, da indignação, mas algo que coíba definitivamente esse tipo de prática”. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS), declarou, nesta quinta-feira (26), na Câmara Municipal, em Campo Grande, que pretende iniciar uma discussão com os órgãos de segurança e com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para encontrar uma “solução para as mulheres” que utilizam o transporte coletivo na Capital. A iniciativa surgiu após um caso de abuso, dentro da linha do 061.

A parlamentar sinalizou uma audiência pública, defendeu a presença da polícia dentro do ônibus e sugeriu, inclusive, que se separe o público feminino do masculino, como acontece, por exemplo, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Para embasar o discurso, Luíza Ribeiro citou uma reportagem do Campo Grande News, que repercutiu o fato e questionou: “Abuso sexual em ônibus revoltou, mas ninguém tomou atitude; O que você faria?”. A notícia foi postada no Facebook do jornal e, de imediato, gerou uma série de comentários.

"Pela repercussão nas mensagens dá para perceber que isso não é uma situação única, mas que aconteceu várias vezes. Então precisamos, como representantes da cidade. discutir essa questão", disse aos vereadores, sinalizando que pode acontecer uma audiência pública para tratar do assunto.

Algo precisa ser feito, disse a vereadora, mas “não pode ser só uma medida da educação, da indignação, mas algo que coíba definitivamente esse tipo de prática”.

Luíza lembrou, também, da necessidade de se estabelecer redes de apoio às mulheres em Campo Grande, por meio do reforço da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que considera, hoje, uma “lenda”.

MS em 14º lugar - Durante o discurso, a vereadora apresentou dados inéditos de uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ela disse que, atualmente, Mato Grosso do Sul está na 14ª posição na lista dos Estados onde as mulheres mais sofrem violência.

É um nível acima do índice nacional. Enquanto, no país, a média é de 5,82 para cada grupo de 100 mil mulheres, no Estado são registrados 6,44 casos. O levantamento apontou que 36% dos casos ocorrem aos fins de semana, quando a Delegacia Especializada da Mulher não funciona.

Daí a necessidade de tornar seu atendimento 24h e ampliar o número de profissionais para atender as ocorrências. "É uma medida urgente que não tem como esperar", concluiu.

"Tarado do 061" - Nesta quarta-feira (25), uma jovem de 21 anos procurou a polícia para relatar que foi “abusada sexualmente” por um homem, ainda não identificado, dentro de um ônibus que faz a linha 061.

Ela constatou o crime quando sentiu algo tocando suas nádegas. Em seguida, duas pessoas a informaram de que o homem que acabara de descer, próximo à rotatória da Coca-Cola, estava “fazendo algo errado” nas suas costas.

A primeira senhora que a chamou, conforme a jovem, mostrou que a sua calça estava suja. “Minha roupa estava melecada. Tive de entregar as calças para a Polícia”, relatou, em entrevista recente ao Campo Grande News.

O que mais chamou a atenção neste caso é que, conforme os relatos, os passageiros viram a ação do homem, mas não intervieram e, sequer, avisaram a jovem.

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