ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Política

Votação de licitação para ônibus quase termina em briga na Câmara

Wendell Reis | 24/11/2011 16:48
Vereadores votaram nesta quinta-feira três dos sete projetos enviados pelo prefeito. (Foto: Isaias Medeiros/CMCG)
Vereadores votaram nesta quinta-feira três dos sete projetos enviados pelo prefeito. (Foto: Isaias Medeiros/CMCG)

Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram na sessão desta quinta-feira (24) a autorização para o Poder Executivo abrir licitação para o transporte coletivo em Campo Grande. A votação quase terminou em briga entre vereadores, com ameaças e empurra-empurra.

Ao defender o seu voto, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB) disse que votaria com tranquilidade, porque tinha certeza de que não seria igual a licitação de Porto Murtinho, onde o governo passado abriu licitação e seu parente acabou levando. A declaração foi respondida pela vereadora Thaís Helena (PT), criticando o serviço oferecido atualmente. A vereadora disse que não entraria nos méritos de comparação entre os governos, mas declarou que tinha certeza que as empresas que atualmente fazem o serviço vão ganhar a nova licitação, "deixando as pessoas como se estivessem em uma lata de sardinha e sob chuva e sol".

O vereador Carlos Borges pediu para falar, mas antes de ser autorizado, chamou a atenção do vereador Marcos Alex (PT) e chegou a agredi-lo verbalmente. O vereador teve que ser segurado pelos colegas, Flávio César (PMDB) e Jamal Salem (PR).

A confusão ganhou proporção isustentável até o presidente da Casa, Paulo Siufi (PMDB), ameaçar suspender a sessão se eles não se comportassem. Siufi disse que se não houvesse respeito mutuo agiria de forma enérgica como o regimento prevê, colocando eles para fora, como manda o Regimento. “Já tivemos embate, mas sem perder a classe e compostura”.

Após a confusão, Carlos Borges abriu mão de fala. Já Alex pediu o microfone para dizer que em nenhum momento fez ofensas, justificando ter interferido na discussão temendo o pior no bate-boca entre Carlos Borges e Thais Helena. “Quando quiser resolver na força vou para o UFC. Ninguém vai me intimidar”.

O vereador Carlos Broges pediu para falar e reconheceu que se alterou, mas alegou que Alex sempre entra na conversa 'que não é del'e. Ainda assim ele pediu desculpas e disse que sempre foi 'muito sincero'. E pediu desculpas, 'aos colegas e à população'.

O líder do prefeito, Flávio César (PT do B), defendeu o projeto, alegando que ele vem de encontro a necessidade de um transporte mais adequado, com sistema integrado. Ele lembrou que uma pesquisa recente revelou que o transporte da Capital está entre os melhores do País, mas as mudanças fazem parte de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado pela prefeitura em setembro, prevendo nova licitação em seis meses.

O vereador disse, ainda que a nova licitação vai garantir melhorias no serviço e atende as determinações do Governo Federal, para que o município receba os R$ 120 milhões do Mobilidade Urbana. O vereador também garantiu que serão realizadas audiências públicas para ouvir a população.

Os vereadores da oposição criticaram o tempo da concessão, que pode chegar a até 35 anos. Alex e Thaís acreditam que as melhorias já deviam ter sido feitas em outras ocasiões, quando as tarifas foram rajustadas. “Estamos dando cheque em branco para não termos um transporte de qualidade”, declarou Alex. O projeto foi aprovado com 17 votos favoráveis e dois contrários. O prazo máximo para a escolha das novas empresas vence em março de 2012.

O Caso- A abertura de uma licitação para o setor, há décadas sob responsabilidade das empresas ligadas à Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo), foi anunciada no dia 14 de setembro, após Prefeitura e a Associação definirem um acordo que prevê a rescisão do atual contrato, que só terminaria em 2014. Segundo o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), as empresas não teriam condições de fazerem os ajustes necessários, uma vez que, seus contratos venceriam em 2014. Assim, não teriam retorno do valor investido.

Nos siga no Google Notícias