ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 26º

Economia

JBS demite 600 funcionários de frigorífico desativado em MS

A situação se relaciona à multa da empresa com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica que totaliza R$ 40,2 milhões

Guilherme Henri | 27/03/2018 14:13
Cabeças de gado no frigorífico de Cassilândia (Foto: Arquivo/ Divulgação)
Cabeças de gado no frigorífico de Cassilândia (Foto: Arquivo/ Divulgação)

A JBS demitiu 600 funcionários do frigorífico em Cassilândia – a 418 quilômetros de Campo Grande. A unidade já estava com as atividades paradas desde o dia 16 deste mês. A situação se relaciona à multa da empresa com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que totaliza R$ 40,2 milhões.

Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários de Frigorífico de Cassilândia, Lúcio Clei, todos os funcionários estão de aviso prévio. E a informação passada à ele pela empresa é que até o final do mês a JBS deve entregar a planta ao município. “Não há mais corte e desossa. O estoque deve acabar até amanhã (27)”, detalha o presidente.

Com capacidade de abate de 500 cabeças por dia, a empresa é a que mais emprega na iniciativa privada no município com pouco mais de 21 mil habitantes.

As demissões significam que pelo menos 2,7% da população ficará desemprega, o que impactará direto na economia da cidade que é baseada na pecuária.

“O sindicato acionou o prefeito e demais políticos para que tentem interceder sobre o fechamento da unidade”, revela.

Histórico - A planta de Cassilândia é administrada comercialmente pela JBS, mas pertence, de fato, à Prefeitura de Cassilândia. Antes da JBS, a Rodopa Indústria e Comércio de Alimentos era a empresa que administrava a unidade.

Em 2014, o Cade aprovou Ato de Concentração (fusão de empresas) entre JBS, Rodopa, além da Forte Empreendimentos e Participações. Na ocasião, a JBS locou três unidades de abate e desossa, a de Cassilândia e outras duas no interior de São Paulo e de Goiás, conforme informou o Cade.

O conselho condicionou a concentração das empresas ao cumprimento de algumas obrigações, como manutenção nas unidades de níveis médios de abates de bovinos pelo período de três anos. Isso não foi cumprido, segundo o Cade.

“O Cade reviu a operação, em outubro de 2016, aplicou multa sobre a JBS e a Rodopa, por descumprimento dos termos do Ato de Concentração”. O valor da multa era de R$ 200 mil cada. O conselho também determinou algumas condições para que a operação fosse desfeita.

Entre essas obrigações, estava a de manutenção de patamares mínimo de produtividade previstos no acordo original, com relação às plantas da Rodopa arrendadas pela JBS. Novamente, as condições não foram cumpridas e novas multas foram aplicadas.

“Ainda em 2017, após essa decisão do Cade, as empresas comunicaram a rescisão imediata do contrato de arrendamento. A rescisão não seguiu, porém, os padrões estabelecidos pelo Cade, por isso as empresas foram multadas novamente”, informou o conselho. Desta vez, a JBS recebeu multa de R$ 40 milhões; e Rodopa e Forte, em 1,6 R$ milhão, solidariamente.

O Cade informou, ainda, que as multas estão sendo questionadas judicialmente, mas, por enquanto, não houve nenhuma determinação adicional do conselho. “No momento, as questões referentes à venda ou devolução de ativos objeto da operação não são mais da alçada do Cade”, finalizou.

JBS- A empresa JBS foi procurada, mas disse apenas não comentará sobre o assunto.

Nos siga no Google Notícias