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Saúde e Bem-Estar

Vigilância sanitária define regras para manipulação de canetas emagrecedoras

Medida busca reforçar a fiscalização e reduzir riscos à saúde em meio ao aumento da procura

Por Kamila Alcântara | 26/08/2025 13:54
Vigilância sanitária define regras para manipulação de canetas emagrecedoras
Homem manipula embalagem de uma das marcas de canetas emagrecedoras (Foto: Getty Imagens)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (25) um despacho que estabelece novas regras para a importação e a manipulação dos insumos que compõem medicamentos como Ozempic, Saxenda e Mounjaro, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A medida busca reforçar a fiscalização e reduzir riscos à saúde em meio ao aumento da procura por esses medicamentos.

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A Anvisa estabeleceu novas regras para importação e manipulação de insumos de medicamentos como Ozempic, Saxenda e Mounjaro, conhecidos como "canetas emagrecedoras". A medida visa reforçar a fiscalização e reduzir riscos à saúde, em resposta ao aumento da procura por esses produtos.As novas diretrizes determinam que insumos biotecnológicos só podem ser importados com registro prévio na Anvisa, enquanto os sintéticos podem ser manipulados desde que existam medicamentos aprovados com a mesma molécula no Brasil. A agência também exige testes de qualidade rigorosos e fiscalizações mais intensas em farmácias e importadoras.

Segundo a Anvisa, os insumos usados nesses medicamentos, chamados de agonistas do GLP-1, podem ser obtidos de duas formas: biotecnológica ou sintética.

Biotecnológicos: só podem ser importados se já houver registro na Anvisa do mesmo fabricante. Exemplo: a semaglutida, presente no Ozempic, tem registro apenas como biotecnológica. Isso significa que não é permitida a importação nem a manipulação da versão sintética dessa substância.

Sintéticos: podem ser manipulados, desde que já existam medicamentos aprovados no Brasil com a mesma molécula. Nesses casos, a Agência exige uma lista mínima de testes de qualidade antes da liberação.

A Anvisa reforça que não é possível “copiar” dados de eficácia e segurança de um medicamento biológico para outro fabricante, já que o processo produtivo e fatores como o banco de células utilizado determinam diretamente a qualidade do produto. Em fiscalizações recentes, a Agência encontrou problemas graves: doses acima do recomendado, combinações de eficácia duvidosa e falta de testes de controle de qualidade, tanto em farmácias de manipulação quanto em importadoras.

Importações de insumos de GLP-1 passam agora pelo Canal Amarelo da Receita Federal, com liberação condicionada a testes de pureza, potência e estabilidade. Só após a aprovação da Anvisa os lotes poderão ser vendidos a farmácias. As farmácias de manipulação, por sua vez, também terão de realizar testes mínimos de qualidade antes de disponibilizar os medicamentos para os pacientes.

Desde 2023, a Anvisa intensificou inspeções em farmácias que produzem medicamentos estéreis e em importadoras. As irregularidades encontradas levaram a Agência a endurecer as regras de fiscalização e retirar o efeito suspensivo de recursos administrativos contra decisões da Diretoria Colegiada.

Em nota, a Anvisa destacou que a manipulação de “canetas emagrecedoras” envolve alta complexidade técnica e representa risco elevado à saúde, especialmente por se tratar de medicamentos injetáveis.

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