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Educação e Tecnologia

Tecnologia de MS viabiliza pós de medicina com cadáver congelado

Curso tem foco nas áreas de saúde de família, urgência e emergência

Kleber Clajus | 08/04/2018 16:24
Alcir Nantes, presidente da Even Education and Technology e responsável pela plataforma PGSUS (Foto: Roberto Higa)
Alcir Nantes, presidente da Even Education and Technology e responsável pela plataforma PGSUS (Foto: Roberto Higa)

Tecnologia de integração partiu de Mato Grosso do Sul para viabilizar pós-graduação do SUS (Sistema Único de Saúde) que prevê aulas de medicina com holografia, cadáveres congelados importados dos Estados Unidos, bem como o monitoramento dos alunos por biometria e georreferenciamento. Estrutura foi montada na cidade alagoana de Penedo.

O presidente da Even Education and Technology e responsável pelo PGSUS, Alcir Nantes explicou que a plataforma se beneficiou do Novo Marco Legal da Inovação (Lei 13.243/16), regulamentado por decreto presidencial em fevereiro deste ano. Este permite a dispensa de licitação a projetos inovadores, simplificando convênios entre empresas públicas e privadas.

Na prática, os médicos serão contratados para estudar e trabalhar em unidades de saúde, sem que haja vínculo empregatício. Cada grupo de quatro profissionais terá um preceptor para acompanhá-los presencialmente, além de tablet para registrar sua presença, acessar aulas teóricas, práticas e tirar dúvidas com especialistas em outras regiões do país.

"Isso dá mobilidade nas contratações públicas porque privilegia e fiscaliza o resultado, além de garantir economia de 30% no ato de contratação, dez vezes mais a presença do médico no cenário de prática e conecta as melhores técnicas disponíveis no mundo", explicou Alcir.

Sistema monitora bolsistas por georreferenciamento, biometria e reconhecimento facial para evitar fraudes
Sistema monitora bolsistas por georreferenciamento, biometria e reconhecimento facial para evitar fraudes

A tecnologia aplicada ao curso, com duração de três anos, foi desenvolvida pela MasterCase, em Campo Grande. Esta inclui holografia nas aulas, a transmissão de procedimentos cirúrgicos com cadáveres congelados nos Estados Unidos, bem como controle contra fraudes de ponto com uso de biometria, selfies de reconhecimento facial e radiofrequência. Todos os processos recebem a certificação digital da Receita Federal.

Desde 16 de março, 13 bolsistas em urgência e emergência e saúde de família usam o sistema, recebendo bolsas entre R$ 7 mil e R$ 11 mil.

Parceiros - Fazem parte da equipe do PGSUS a Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o Instituto de Pós-graduação Médica Carlos Chagas, MARC (Miami Anatomical Research Institute) e a Prefeitura de Penedo.

Há, inclusive, planos do MARC de instalar um laboratório no interior alagoano para uso de cadáveres congelados nas aulas de anatomia, uma vez que apresentam cor e estrutura dos tecidos melhor preservadas que os mantidos em formol. Neste caso, eles aguardam aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e os corpos, depois de utilizados para estudo, seguirão regras americanas de cremá-los e enviá-los as suas famílias.

"A ideia é integrar atraindo outro nível de médicos que não estavam no SUS. Isso muda a resolutividade na saúde e antes de ser levado para Penedo foi oferecido aqui [no Estado]", disse Alcir. "Existem leis que obrigam os municípios a qualificar os médicos. Isso resolve a contratação de pessoa jurídica, ilegal e falta de médico. Estimulamos também mudanças nos planos de cargos e carreiras para haver remuneração diferenciada após a pós-graduação".

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