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A desconfiança que paralisa

Ruy Sant’Anna (*) | 14/07/2012 11:58

Todas as pessoas devem se conscientizar dos enormes problemas que enfrentam as pessoas que aguardam por transplante. Alguns precisam de mais de um órgão, além do sangue.

A falta deste líquido vital coloca em estresse constante os profissionais do Hemosul e dos bancos de sangue de hospitais, devido aos desastres no trânsito e outros do dia a dia da cidade. Assim também os médicos e demais profissionais envolvidos em transplantes vivem em constante estresse e merecem nosso respeito e compreensão.

É interessante observar que diante dos noticiários têm pessoas que confundem o estado de coma, coma induzido e morte cerebral. Daí, os que não conseguem distinguir essas diferenças não querem nem ouvir falar em transplantes. Têm verdadeira desconfiança que paralisa a autorização para transplante.

O coma é definido por especialistas como um estado caracterizado, principalmente, pela ausência ou extrema diminuição da consciência e pela falta de resposta aos estímulos, tanto internos quantos externos. (Revista Viva Saúde)

O coma induzido ocorre quando os especialistas recorrem às drogas sedativas para baixar o nível de consciência do paciente. Esse recurso é utilizado, normalmente para permitir um melhor atendimento médico em determinados momentos da enfermidade. (Revista Viva Saúde)

Por sua vez, designa-se por morte cerebral ou morte encefálica a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. O termo Morte Encefálica aplica-se à condição final, irreversível, definitiva de cessação das atividades do tronco cerebral. O tronco cerebral é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. É a porção mais nobre e antiga do encéfalo (formado pelo tronco encefálico mais cérebro e cerebelo) Portanto, este termo é muito mais adequado que "morte cerebral”.(Wikipédia, enciclopédia livre)

Então, os transplantes só são permitidos com órgãos de falecidos desde que seja comprovada a morte cerebral ou encefálica, e nunca com o paciente em nenhum estado de coma. Vários médicos são envolvidos nesse procedimento, assim como enfermeiros e a decisão para tansplante não parte de um único profissional.

Muitos de nós esquecemos que não só os jovens e adultos podem precisar de transplantes. Também essa carência acontece com crianças. E neste caso que envolve criança que acaba de falecer, seus pais, costumeiramente, esquecem de autorizar o(s) transplante(s). A dor pela morte de um filho é muito intensa e muita vez não deixa que se pense que essa mesma dor possa ser evitada a outros pais.

Por certo que ainda têm deficiências no sistema de coleta de órgãos, que são constantemente superados por esforços dos profissionais envolvidos nessa tarefa. Mas, ainda é um principal obstáculo a negação da família do doador em potencial.

O segundo motivo que atrapalha nesse sistema para transplantes, a meu ver, mais efetivamente é a falta de uma campanha maciça para um trabalho de divulgação.

Este problema é de saúde e de ordem científica e por isso deve ser abraçado

pelo Ministério da Saúde para conscientização da sociedade visando a necessidade de doação de órgãos e constante abastecimento dos hemocentros

como campanha “perene” ou por no mínimo alguns meses. Assim, esperando que a conscientização sul-mato-grossense e brasileira permita que mais pessoas possam reconstruir suas vidas e serem felizes, lhes dou bom dia, o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista.

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