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A importância de se mudar a forma de pensar e de agir

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 31/07/2014 13:17

No poder, os políticos da situação e da oposição vão se alternando sem que os problemas sejam solucionados. Isso ocorre em todos os países do mundo. No Brasil, no entanto, há boas condições para uma forma de vida condigna, e mesmo assim o que mais está crescendo são as importações que tendem a ficar mais difíceis de serem pagas. Falta um estudo sério sobre as causas da estagnação, do despreparo da mão de obra, e do declínio geral das condições de vida.

Há no ar uma desagradável percepção de que o Brasil poderá tender para uma desestruturação e retrocesso. Não é algo bem visível, mas há sinais de que é possível o desmanche de um projeto de nação que, longe de se consolidar, tem sido empurrado para as “cordas”, isto é, fica travado sem evoluir. Isso é muito grave, pois a população tem alimentado a esperança da consolidação da paz e do progresso. É como se houvesse uma conjugação de forças negativas para impedir a evolução, não deixando que o Brasil se torne um modelo de convivência alegre e pacífica mostrando ao mundo a maneira correta de se viver em respeito às leis naturais da Criação.

A violência é produto do descontentamento, pessimismo e insatisfação, que se esparramam pelo mundo, principalmente no Brasil na fase atual. No geral, a cultura de massa trabalha com a indiferença e a alienação. Além disso, parece que as pessoas estão perdendo a consideração mútua, desinteressada e amistosa de um ser humano para outro, e permanecem mais horas em frente à televisão, emburrecendo, absorvendo descontentamento. A maioria dos contatos são vazios, e as pessoas agem como se fossem máquinas. Não se sabe o que elas estão pensando e sentindo, ficando no ar o desencanto. Não ocorre uma troca espontânea, alegre e benéfica, oriunda de palavras amigas e da generosidade.

Não temos recebido a consideração devida na qualidade dos produtos que nos são oferecidos, como se fôssemos consumidores de segunda classe de um país sem autodeterminação na busca do progresso real. A economia global tomou rumos incoerentes. Há um grande desequilíbrio; busca-se um crescimento artificial, enquanto muitas moradias são precárias, além de o solo, o ar e as águas estarem contaminados. Há uma corrida atrás dos números do PIB, o qual, segundo o Eurostat (Gabinete de Estatísticas da União Europeia), deve incluir todas as atividades econômicas, inclusive as não declaradas tais como prostituição e drogas.

Necessitamos que sejam possibilitadas condições condignas de sobrevivência para a humanidade em geral, mas o “financeirismo” e o consumismo se impõem, desviando o ser humano do real sentido da vida e levando-o à beira do abismo.

Produção e consumo devem andar em paralelo, em equilíbrio. Produzir em excesso é tão danoso quanto produção insuficiente para atender as necessidades. No entanto, o consumismo desenfreado, acima das reais possibilidades, o que leva ao endividamento, ou o uso exagerado e predatório dos recursos naturais, se constitui no anticonsumo por desequilibrar a ordem reinante na natureza como fonte dos elementos que asseguram a vida. Um sistema que visa produzir para gerar acúmulo de capital financeiro e aumento do poder de seus detentores, mas que em seu avanço cego vai cavando abismos e dilapidando todos os recursos da natureza além de sua capacidade de regeneração, é um sistema "burro" que despreza a inteligência natural. O que se faz com isso é reduzir as possibilidades de que um futuro melhor possa ser alcançado.

Necessitamos de estadistas aptos e dispostos a motivar a população para que esse cenário sombrio seja revertido, através de pensamentos, palavras e ações positivas. O mundo necessita de governantes que busquem a paz para a alegria e progresso da humanidade.

Dominados pelo desejo de aumento de poder, os humanos estão perdendo a consideração pelo próximo, não titubeando em causar danos e sofrimentos para satisfazer a própria cobiça. Isso decorre da incompreensão do significado da vida: Por que nascemos? Uma questão que exige o esforço de cada um individualmente para a compreensão. Porém é preciso estar desperto para a vida real.

Na sociedade humana atual faltam objetivos nobres, por isso não se reconhece o incomensurável valor da vida e as grandes oportunidades que ela oferece para o progresso. Há muita ansiedade e inquietação porque os pensamentos negativos formam um muro que impede que se veja além. Revolvendo ódios e descontentamento, os humanos afastam a paz e a alegria de suas vidas. Uma renovação precisa surgir. Unidos no pensamento positivo, venceremos. Fragmentados, sem alvo elevado, cairemos.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP e associado ao Rotary Club São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “ Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012...e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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