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Banalizar a política é abrir as portas para a corrupção

Por Ivo Campos (*) | 27/07/2011 06:03

Para início de conversa, banalizar significa transformar “valores” caros em algo comum e sem importância. É achar que tudo é natural, que sempre foi assim, que não há mais nada que se possa fazer para melhorar.

Que todos os políticos são iguais. “Todos roubam”, como dizem no senso comum. Já outras pessoas dizem, se referindo à política e aos políticos: “Ele pode até ser bom, mas quando chegar lá..., se vende se, corrompe. Tudo está perdido...”.

Penso que é possível refletirmos acerca desses jargões do senso comum, proferidos pelo povo. Certa vez alguém disse a seguinte frase: “Engraçado, um povo corrupto à procura de governantes honestos!” Como se isso fosse possível, na medida em que os políticos, governantes, saem do meio do povo.

O tema é bastante complexo, portanto, impossível generalizar. Assim como um número significante de políticos são corruptos, podem existir também pessoas corruptas em outra as esferas da sociedade. Como, por exemplo, entre os advogados, médicos, professores, comerciantes, industriais, banqueiros, policiais, sindicalistas, padres, juízes, jornalista, artistas, dirigentes de futebol, atletas, pastores, empresários, fazendeiros, etc.

Normalmente para contratar um profissional, como um pedreiro ou uma empregada (a) doméstica e tantos outros prestadores de serviços analisamos, pesquisamos, só depois efetuamos o contrato. Quando precisamos de um advogado ou dos serviços de qualquer outro profissional liberal de confiança, geralmente temos um cuidado extremo ao fazer tal escolha.

Pensamos que no exercício da cidadania poderíamos utilizar desse mesmo senso crítico, sob pena de errarmos menos. No caso das nossas escolhas, durante as campanhas eleitorais, sejam majoritárias ou proporcionais, deveríamos ser bastante cautelosos, pois os eleitos poderão ou não corresponder às expectativas da coletividade.

Devemos, portanto, ter clareza de que estamos dando um passaporte a ele (a) e que bem ou mal irão nos representar por quatro anos. E, além disso, não podemos ser omissos, na medida em que for necessário cobrar dos eleitos os compromissos assumidos com a população.

Somos uma sociedade em formação, estamos construindo uma sociedade, entretanto, muita coisa depende de nós. Temos que fazer a nossa parte, acreditar que é possível construir uma sociedade mais justa e humana. É como diz a parábola do joio e o trigo, dita por Jesus, segundo Mateus 13: 37 e 38: “O campo é o mundo em que vivemos. Nesse campo tem joio e tem trigo, nós pobres mortais precisamos aprender discernir quem é quem espalhado nos campos da vida”.

Devemos aprender usar nosso senso crítico, sermos observadores. Reconhecemos que não se trata de uma tarefa muito fácil, diferenciar as pessoas falsas das pessoas verdadeiras, sobretudo na política.

De uma coisa temos certeza. O povo deseja uma sociedade justa, com desenvolvimento, mais educação, saúde de qualidade, transparência na aplicação dos recursos públicos, etc. Uma das grandes satisfações do povo brasileiro é ver políticos corruptos na cadeia.

O Brasil, portanto, tem jeito, basta à justiça não ter piedade, ou seja, mandar todos os corruptos e corruptores para as grades e, sobretudo, exigir que devolva aos cofres públicos todo dinheiro ganho ilicitamente.

(*) Ivo Campos é professor da Rede Municipal de Ensino de Dourados.

campivo@hotmail.com

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