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Clima, oportunidades e oportunismo

Por Valfrido M. Chaves (*) | 10/07/2011 07:00

O Território brasileiro tem aproximadamente 6% de sua área ocupada pela lavoura, enquanto as nações hegemônicas que financiam o movimento ambientalista nacional e internacional para, com subterfúgios preservacionistas, aumentar custos e impedir a expansão de nossa produção alimentar, nenuma ocupa menos de 50 a 80% de seuas áreas na produção.

"Beneficiar a terra", ou seja, limpá-la, prepará-la para o plantio, na boca das ongs, agora é "devastar", mas seus integrantes não são clorofilados, gostam de comer bem, de verbas e poder, sem se perguntarem de onde vem tudo aquilo que apreciam. As aves ambiental-preservacionistas que aqui gorgeiam, não gorgeiam como lá, caro leitor!.

Em clima de alterações do Códico Florestal, pois, convido o amigo a refletir, pois, sobre o tema.

Há muito se sabe que crescimento econômico mundial tem sido predatório, tanto sobre o habitat como sobre a própria espécie humana. Tribos jogavam manadas de búfalos nos precipícios para facilitar-lhes a caça, enquanto outras semeavam sal na terra de inimigos, para que nelas nada brotasse.

O colonialismo saqueou povos e continentes, deixando heranças de miséria e ódios por onde passou, enquanto tentava salvar a face com uma "colonização religiosa" e civilizatória pouco convincentes.

Hoje, quando a exploração tornou-se mais sutil, tenta-se ainda salvar a face da relação predatória vigente, através de discursos pretensamente "ambientalistas" ou preservacionistas.

Através deles, dados e mídia são manipulados para promover o engessamento das economias periféricas como se, necessariamente, seu desenvolvimento comprometesse a vida sobre a terra.

Do mesmo modo, tenta-se promover mitos para que assumamos culpas que não são nossas, diante da ameaça das mudanças climáticas. Tirar riquezas da terra torna-se sempre, conforme aquele discurso, "impactação" ambiental. Diante do aumento da temperatura global mundial, em função das emissões de carbono, muito se diz e mais ainda se omite.

Não se divulga que o Brasil, com seu espaço territorial e energia solar ao longo de todo o ano, pode e deve ter um papel fundamental nesse contexto, graças à sua potencialidade para mais fixar e fazer estoques de carbono, com manejos florestais cujos modelos já existem e podem ser expandidos.

Aqui a transgenia muito somará, nos oferecendo espécies e variedades florísticas mais rústicas e eficazes na captura e formação de estoques de carbono. Outro passo de consequências geopolíticas fantásticas e positivas para o Brasil, será a integração entre a produção de bio-combustiveis com nossa capacidade de produzir alimento e celulose, graças à bio-tecnologia, que nos dará acesso a variedades floristicas adaptadas às variações climáticas adversas.

Noutros termos, leitor, a saída está no "desenvolvimento sustentável", que alia o crescimento econômica à justiça social e conservação do habitat. Se os modelos existem já em funcionamento, como no Pantanal e muitos lugares da Amazônia legal, a sua proliferação depende de um Zoneamento Ecológico e Econômico para apontar o que deve ser feito e onde.

Do mesmo modo, o que deve ser impedido e em que lugares. Entendo que a má intenção de setores eco-oportunistas se mostra através do discurso e ações que dão primazia absoluta à "preservação", e ao catastrofismo, visando paralisar a ação humana produtiva nos espaços férteis.

A contínua satanização da produção rural faz parte desse discurso retrógrado. Bom seria lembrar e indagar ainda a que interesses serviram a invasão, depredação e destruição de canteiros de experiências com transgenia, justamente direcionados à busca de mais produtividade nos reflorestamentos brasileiros.

Quem financiou e organizou tais "defesas do meio ambiente"? Será por acaso que, hoje, embora sejamos responsáveis apenas por 3.7 da emissão de Carbono mundial, nossa população esteja convencida de que somos o segundo maior responsável pela ameaça das mudanças climáticas?

Por isso se diz, leitor, que "de boas intenções o inferno está cheio", como cheia está a paciência da comunidade rural brasileira, aguardando um Zoneamento Ecológico e Econômico, além de uma postura decente do Estado brasileiro face ao financiamento, por esse mesmo Estado, de organizações que invadem e depredam ora o Congresso, ora propriedades produtivas dedicadas a mais produzir, estocar carbono e pagar impostos que financiarão mais invasões, não é, Senhora Presidenta?

(*) Valfrido M. Chaves é psiquiatra e produtor rural em Mato Grosso do Sul.

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