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Desperdício das verbas públicas: a quem interessa?

Por Rosildo Barcellos (*) | 06/02/2015 08:23

A redução das desigualdades e a justa utilização das verbas públicas, reduzindo-se a burocracia, a corrupção e o desperdício são processos fundamentais para o combate à pobreza e à violência no Brasil. São, certamente, elementos formadores de mazelas que precisamos enfrentar. Neste contexto, não é difícil percebermos que vivemos em um período único na história do Brasil . Somos testemunhas de uma era de enormes carências de conhecimento, afetividade e espiritualidade. Nossa sociedade está dominada por princípios voltados quase que exclusivamente para o lucro e a manipulação pelo poder político, social, econômico, religioso e interpessoal.

É cediço que, em nossa sociedade de consumo, sabemos o preço de tudo que nos cerca, mas não sabemos o valor de quase nada. O próprio conforto material não tem sido alavanca suficiente para a busca da felicidade. Faltam as verdadeiras amizades, os nossos heróis...faltam os verdadeiros laços familiares...falta Deus. Percebemos enfim, a ausência de referenciais interiores se relaciona a muitas das patologias sociais que testemunhamos no Brasil, e no mundo, como o aliciamento dos jovens pelas drogas e os índices alarmantes de violência crescente.

Por esse motivo, assim como a estética está relacionada com a construção do belo, com a busca da perfeição na arte, a ética está relacionada à busca da perfeição na convivência social. E quando se fala em ética na convivência social estamos definindo o conceito de cidadania. Aliás, ouso dizer, que ética e cidadania são palavras de um mesmo cerne. A convivência e a interação entre os diversos indivíduos impõem limites à liberdade. O cidadão ético é aquele que conhece os seus direitos e os direitos dos outros e sabe que algumas coisas tem de ser feitas ou ditas ou efetivadas para que todos possam usufruir de um bem estar maior

A banalização dos valores culturais nacionais, a cultura de massa e a consequente alienação, a desesperança diante da ausência de futuro forma a contracultura da globalização. O que pensar dessas coexistências, o que elas significam? Como orientar nossas ações sem desconsiderar o quanto de contradições e oportunidades existem nelas? Penso, em primeiro lugar, que não devemos nos apressar a responder a essas questões, nem tratá-las como diferenças intransponíveis ou, menos ainda, negar sua existência. Essas coexistências evocam muito mais perguntas do que nos oferecem oportunidades de respostas; mas, com certeza, abrem um espaço fundamental de convivência e tolerância que ainda precisa ser bastante conhecida e explorada. Precisamos, somente e apenas, de escolhas com responsabilidade. Parecer não é sinônimo de ser.

(*) Rosildo Barcellos, articulista

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