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Deus, fonte universal

Por Heitor Freire (*) | 24/06/2014 12:00

Deus, fonte universal de tudo o que existe, existiu e existirá. Deus está presente em tudo e em todos. É o princípio e o fim. Alfa e ômega.

Nesta minha encarnação eu fui descobrindo Deus aos poucos. No começo com um temor tremendo que me foi inculcado pela professora ministradora das aulas de catecismo como preparação para a primeira comunhão no Externato São José, e também com a rigorosa e implacável diretora professora Simpliciana Corrêa da Costa, com seus cascudos profundamente doídos que nos causavam terror.

Quando finalmente terminou a preparação, chegou o grande dia da celebração da cerimônia que se antevia tenebrosa porque a professora nos atemorizava com a possibilidade da hóstia grudar no céu da boca, o que significaria que não contáramos todos os nossos pecados. Mas que, enfim, foi uma festa comemorada com um inesquecível chocolate.

E com a formação católica da minha mãe (acho que meu pai era agnóstico), segui essa orientação durante boa parte da minha vida adulta. Vivi uma grande experiência espiritual em Ponta Porã, aos 28 anos, por ocasião de uma Missão Católica, quando a paróquia de São José recebeu os padres missionários que me proporcionaram outra visão da Igreja Católica. Tanto que fui crismado nessa oportunidade.

Logo depois começaram minhas agruras financeiras que me levaram a questionar todos os acontecimentos que vivi e comecei a vislumbrar uma explicação no espiritismo. A minha busca por Deus sempre foi incessante. Por orientação do meu pai, fui iniciado na Ordem Rosacruz (AMORC), que me propiciou outro entendimento.

Na minha busca encontrei a Umbanda, que me serviu de amparo e apoio por um bom tempo. A seguir, convidado por amigos, voltei para a Igreja Católica por intermédio do cursilho da cristandade. Mas eu sempre sentia que na Igreja faltava algo que inicialmente não conseguia definir. Depois percebi que o que me deixava insatisfeito era o celibato clerical, o conceito de céu e inferno, que eu não aceitava e a tese da ressurreição que considero imprópria. A única explicação para toda a diversidade de situações que vivemos é a lei de causa e efeito e que se realiza através da reencarnação.

Descobri a Seicho-No-Ie por intermédio do preletor e professor Saburo Yamashita, onde percebi que os seus ensinamentos me proporcionavam segurança e uma compreensão mais clara da vida e de suas implicações.

Tempos depois fui iniciado na Maçonaria, onde o conceito de Deus, como Grande Arquiteto do Universo me deu finalmente esquadro e compasso para a agudeza do meu espírito e a sabedoria indispensável para meu discernimento, e onde aprendi de forma definitiva a ser um livre pensador.

Conheci a UDV – União do Vegetal. Bebi o chá de hoasca que me fez vibrar intensamente. Sou um profundo admirador do Mestre Gabriel, José Gabriel da Costa, nordestino que anteviu a missão espiritual do que representaria o seu trabalho e a realizou como um mensageiro de Deus.

Toda essa caminhada foi permeada por diversas incursões no espiritismo, no estudo e no acompanhamento de trabalhos que sempre me permitiram aprofundar uma base filosófica e religiosa.

Participei por alguns anos da Congregação da Casa de Oração, onde aprendi, por exemplo, a verdadeira constituição da encarnação de cada um. O aprendizado foi muito rico e me serve até hoje cujos parâmetros me orientam em toda a minha caminhada. Aprendi também que nada acontece por acaso, a não deixar nada para depois e que Deus está no movimento.

Enfim, tive essa experiência muito diversificada, mas sempre com uma base imutável: a certeza de que Deus, o Pai Altíssimo, está dentro de cada um de nós. E que o amor é a energia que preenche todo o Universo. Deus está sempre presente em mim e em cada ser deste imenso macrocosmo infinito.

Namastê.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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