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Diversificação da economia e desenvolvimento

Por Ivo Campos (*) | 21/07/2011 06:02

Todos os anos, centenas de acadêmicos concluem seus cursos universitários em Dourados sem, contudo, ter uma perspectiva de emprego, principalmente nas áreas afins.

O que mais nos entristece é que nem governantes, muito menos os proprietários do poderio econômico no Estado, apresentam alternativas com vista a colocar Dourados e região no rumo do desenvolvimento.

Os filhos dessa terra, e muitos que para cá vieram estudar em nossas universidades, querem contribuir com o desenvolvimento do município, querem aqui construir sua vida. Mas para isso, é necessário combatermos um gargalo que há tempos impede o pleno desenvolvimento regional: O lento desenvolvimento do setor industrial.

Dourados e seus municípios vizinhos foram e continuam sendo importantes fornecedores de matéria prima para outros estados do país e ao exterior. Aqui existem empresas e empresários comprometidos com o desenvolvimento do município, do estado e do país.

Temos importantes empresas no ramo gráfico, laticínios, indústrias do setor de plásticos, de metalurgia, alimentos, de móveis e tantos outros. No entanto, isto é pouco.

A população aumentou substancialmente, absorveu grande contingente populacional da região e de outros Estados. Contentarmos, tão somente, com o panorama econômico vigente é insustentável.

Talvez alguém diga: temos Shopping, Atacadão, Extra... Pára! Não importa! Tudo não passa de prestação de serviços. Estes, apenas repassam produtos que foram industrializados em outros estados. Esse tipo de economia carece de pouca mão-de-obra especializada.

É preciso trabalhar sobre uma expansão e maior consolidação da economia municipal e regional. A exemplo do que vem acontecendo com as cidades paranaenses Maringá e Londrina, é necessário diversificar a economia, e isso passa, sobretudo, pelo desenvolvimento industrial.

Estas cidades, acima mencionadas, possuem origem semelhante a nossa. Resultaram do povoamento organizado sobre o desenvolvimento de colônias agrícolas, na primeira metade do século XX. Mais tarde, se viram inseridas no cenário agro-exportador, hoje conhecido como agronegócio.

E atualmente se diferem de Dourados em um ponto crucial: estão tentando se desvencilhar das amarras conservadoras que foram construídas lá década de 1970, trabalhadas a partir do discurso da vocação eterna para agricultura.

Nestes locais, o que vem sendo feito, consiste no estabelecimento e execução de uma política sólida de desenvolvimento econômico pelas autoridades políticas e investidores, juntamente com a participação da sociedade civil.

Já no nosso município, a atuação dos gestores públicos locais, acerca desta questão, ainda é muito tímida. É preciso, portanto, ser mais arrojado.

Dourados tem pressa, a juventude tem pressa. Somente com o desenvolvimento do setor industrial será possível absorver a mão-de-obra qualificada preparada todos os anos nos cursos locais, tanto pelas universidades como pelos cursos de formação técnica.

(*) Ivo Campos é professor da Rede Municipal de Ensino de Dourados

campivo@hotmail.com

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