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Esporte na infância e adolescência: como se cuidar e evitar danos

Por Roberto Cisneros (*) | 26/03/2016 14:45

As práticas esportivas em crianças e adolescentes vêm se intensificando. Quando falamos em atletas olímpicos, é fácil imaginar a possibilidade de lesões que possam ocorrer nessa categoria de esportista, onde a solicitação do corpo é cada vez maior na busca de marcas e índices cada vez melhores. Porém, justamente nessas categorias, em função da própria característica profissional desses jovens, que possuem treinadores habilitados, as lesões são menos frequentes, muitas vezes percebidas em seu início e tratadas prontamente com menores consequências futuras.

Agora, o que nos chama a atenção é justamente aquele grupo de atletas jovens, crianças e adolescentes, que desenvolvem práticas esportivas, muitas vezes mais propensas a lesões, outras vinculadas de forma semiprofissional à algumas instituição de ensino e que, pela sua própria característica pessoal (gostam muito de determinado esporte) a sua prática é ilimitada, muito intensa, nem sempre tendo acompanhamento de treinadores qualificados que possam antever o aparecimento dessas lesões em função de queixas que eles apresentam.

Lesões em esporte têm características muito particulares, podendo elas ocorrerem por um trauma abrupto ou muitas vezes, o que é mais frequente, por traumas repetitivos, de pequena intensidade mas constantes, repetidos.

As lesões por "overuse", assim chamadas pelas próprias suas características (que seriam, de uma forma mais simples, lesão provocada pelo uso intenso e inadequado do corpo), vem , em nosso meio, do chamado esporte amador, mas competitivos, se tornando cada vez mais frequente.
Quando abordamos essas lesões em jovens, (que correspondem a aproximadamente 50% das lesões nessa faixa etária verificadas em países desenvolvidos, que tem estatísticas, e com cultura esportiva forte como os USA),nossa preocupação deveria ser muito maior, pois essa abordagem na prevenção de lesões, quando não feitas corretamente, pode conduzir jovens a danos permanentes, com grandes chances de precisarem de cirurgias ou mesmo desenvolverem artrites no futuro na vida adulta.

É extremamente importante que treinadores e pais mantenham sempre uma conversa franca com seus filhos /atletas sobre como estão se sentindo antes, durante e após a prática do esporte. Dores frequentes, inchaços após prática esportiva ou mesmo súbitos desejos de interrupção da prática pelo atleta devem ser vistos com cautela e uma avaliação por um profissional médico da área pode ser necessária, as vezes com urgência.

A prática esportiva na vida da criança e adolescente é ótima, principalmente para o seu desenvolvimento psicomotor e assim do seu futuro, mas sequelas futuras, oriundas dessas práticas, por desatenção de pais e treinadores, são "imperdoáveis".

(*) Roberto Cisneros, médico ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Sociedade Internacional de Cirurgia de Joelho e Ortopedia do Esporte

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