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Filhos fazem o que os pais fazem ou fizeram, por Ruy Sant’Anna

Por Ruy Sant’Anna (*) | 07/07/2012 08:50

Esta a abordagem sobre a violência no meio estudantil de escolas públicas e privadas de Campo Grande e do interior, até com ações agressivas de garotas, mostra que até agora os agressores ainda não foram adotados pelos traficantes. Por isso todo cuidado é pouco e merece o máximo cuidado.

A violência está em todo lugar e raramente encontramos alguém que não tenha sofrido com ela, de algum modo, pelo mundo inteiro. A solução milagrosa só a alguns poucos poderá privilegiar, por isso a sociedade como um todo tem de se comprometer na solução ou diminuição dela, para o convívio tolerável, já que não se pode extingui-la por completo.

Não esqueçamos que filhos não fazem o que os pais mandam, eles fazem o que eles fazem. É verdade que se você trata com raiva, pouco caso ou desrespeito o seu filho, terá como resposta o retorno de tais tratamentos, em algum tempo. Se não diretamente contra eles, atingirá outras pessoas e/ou até animais.

E dizem os entendidos que a tendência é formar-se um círculo de sentimentos de pessoas que não foram valorizadas ou não tiveram desempenhos capazes de satisfazê-las, tornando-as insatisfeitas. E o que faz uma pessoa não gostar de si mesma são os pensamentos negativos.

E daí, já pensou em quantas afirmações negativas já fez e faz a seu filho?

As expressões: você é feio, você é burro, você não presta, você é mau e tantas outras só constroem pessoas temerosas. Com pensamentos negativos sobre si mesmos. E o que fica gravado no subconsciente dessas crianças e jovens é o desamor, e isso pode ser transferido para outras pessoas como desconfiança, medo e agressão.

Qual a capacidade desses seres poderem reagir positivamente para mudar seus pensamentos negativos se não foram preparados para tanto... Por isso, é tão importante o carinho, compreensão, amor a seu filho, com afirmações positivas, para levantar-lhe a auto-estima e mantê-lo com o astral elevado. Aí, raramente teremos o risco próximo de termos ao nosso lado pessoas negativas e destrutivas.

Quem leu o meu artigo de ontem, aqui no campograndenews, deve lembrar que sugeri a presença de psicólogas (os) e assistentes sociais nas escolas públicas e particulares, ou em um centro de atendimento onde possam ser acionados.

A bem da verdade, os pais também têm algum grau ou todos eles, de responsabilidade e por tanto precisam também desses auxílios. Embora muitos não admitam responsabilidade nesse quadro, devem ser lembrados da permissividade ao deixarem seus filhos fazerem o que querem sem medida. do não acompanhamento escolar da vida de seu filho e outros pecadilhos mais.

Às vezes acham mais cômodo evitar dizer não porque assim não precisarão “gastar tempo” em explicações nem sempre simples. Ou então, deixam de acompanhar com interesse e boa vontade a evolução escolar de sua filha (o) e quando presentes em reunião na escola fingem

não saber porque e pra que estão ali, até indignando-se com a má atitude

de estudante que não é sua cria.

A imprensa ainda não registrou caso de adoção por traficantes de estudantes que praticaram atos violentos nas escolas ou redondezas, o que deve levar ao maior comprometimento dos pais junto às escolas para saber como e o que fazer para não perderem seus filhos para o tráfico.

Esta é uma abordagem de um dos ângulos da questão da violência nas escolas, a partir dos problemas familiares que se irradiam na sociedade. É uma mostra de como cada um de nós pode colaborar, em casa, no trabalho e na comunidade em geral.

Assim, como creio na capacidade de reação positiva de pais, escolas, autoridades do Ministério Público, Judiciário, sistema correcional e a sociedade como um todo, lhes dou bom dia, o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é advogado e jornalista.

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