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O Crime e o Castigo do PT

Por Jully Heyder da Cunha Souza (*) | 15/04/2016 15:48

“Crime e Castigo” cruzou séculos como uma das maiores obras literárias da história, inspirando estudos filosóficos e comportamentais até os dias de hoje. Escrito em 1866 pelo russo Fiódor Dostoiévski, o livro conta a história de um jovem estudante que, mergulhado em suas próprias teorias, imagina existir uma casta de pessoas extraordinárias, na qual se inseria (obviamente), e que estariam, exatamente por conta de suas predestinações, acima da lei e imunes aos crimes que praticassem em nome de um bem maior.

O protagonista, vivendo em uma sociedade corrompida, miserável, cruel e experimentando o fel da desigualdade social, planeja e executa o assassinato de uma velha usurária, com o fito de roubar-lhe a fortuna amealhada às custas da exploração dos desgraçados da época. “Um delito justificável”. A partir daí o autor conduz o leitor a uma formidável viagem pela mente perturbada do jovem Raskólnikov que, entre encontros e desencontros e acuado pelas autoridades, é levado a questionar seus próprios pensamentos e atos, ora desculpando-se ora condenando-se, de modo que a perturbação mental e moral torna seu castigo ainda pior.

Dostoiévski nem imaginaria que após 150 anos, sua mais célebre obra serviria de roteiro (mal) adaptado para uma crise ética sem precedentes, num país tropical do outro lado do mundo.

Quando o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder no Brasil, levado pela perspectiva da população acerca de uma sociedade mais igualitária, logo se deparou com as vicissitudes de seu desígnio. Era difícil realizar o plano socialista pelos caminhos que a legalidade e o sistema ofereciam.

Mas existia – e ainda existe – nos líderes e na militância petista, um pensamento similar ao do protagonista da obra de Dostoiévski, ou seja, a de que compõem uma categoria especial, destinada a “mudar o Brasil” e, diante de tal propósito “tão nobre”, não importam os deslizes e crimes pelo caminho. Tudo é justificável.

Assim, para se alcançar o ideal socialista que imaginavam para o País, Lula e seus companheiros precisavam garantir, primeiro, a permanência no Poder. Para tanto, engendraram o mensalão, o aparelhamento das Estatais, dos fundos de pensão, do BNDES, o esquema de propina com empreiteiras e etc., tudo para que o Partido fosse beneficiado. No entanto, em pouco tempo, a corrupção, de instrumento passou a foco fundamental do governo Petista, acompanhado pela leva de partidos igualmente corrompidos pelo Poder.

A inversão de valores foi tamanha, que até mesmo as políticas sociais/socialistas passaram a servir como simples instrumento de permanência no poder, viabilizando a manutenção do saque aos cofres públicos.

Finalmente, os crimes e os enganos foram descortinados e os autores estão sendo publicamente confrontados pelos desdobramentos do escândalo revelado na Lava-Jato, o maior da história. E não é só! As escolhas equivocadas do Governo levaram o País a uma recessão profunda na economia, desemprego galopante, cortes de benefícios sociais e um verdadeiro arrocho sobre as classes mais baixas.

O PT de hoje é um Raskólnikov. Acuado e sem saída, não enxerga em si a própria identidade. Vive o opróbrio de sua culpa. Não consegue perceber o equívoco de seus atos e não sabe se mantém o discurso já hipócrita, ou se assume seus erros e tenta redimir-se e reinventar-se.

Os “crimes” foram muitos. O “castigo” virá, provavelmente, em forma de Impeachment.

Sobre o futuro... Que Deus nos ajude!!!!

(*) Jully Heyder da Cunha Souza é advogado.

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