O realismo do estado-nação
Há décadas as nações têm vivido sob a condução do dólar americano que possibilitou a influência dos Estados Unidos sobre os demais países. O despontar da China como fornecedor de tudo tem alterado a situação. As nações querem exportar matérias-primas e alimentos para a China, trocando por manufaturas. Isso mexe com o dólar. De forma realística, como vão ficar as nações entre o dólar e o banco dos Brics? A soberania do Estado-nação será respeitada ou terão de se submeter às imposições de EUA ou China? Qual será a autonomia dos presidentes eleitos? Serão obrigados a seguir os planejamentos globais?
Nessa contenda há os que propõem a adoção das criptomoedas, mas estarão elas realmente aptas a não perderem valor? Os ciclos da libra e do dólar evidenciam que o controle do dinheiro tem sido exercido pela elite financeira global. A questão é que ainda não está definido o futuro monetário do dólar e da bitcoin.
Os capitais podem virar as costas para o dólar, mas para onde iriam? O momento inspira cuidados porque o dinheiro estava submetido a um esquema de ganhos que agora está sob ameaça, mas poderosos interesses lutam em causa própria. Se a inflação provocada pela criação de dinheiro oferece oportunidade de ganhos, também aumenta a taxa de juros, mas a deflação freia o giro das engrenagens financeiras e o que era ruim pode ficar pior. O desequilíbrio econômico global atingiu seu ponto de maturação e as consequências vão surgindo.
Continuam brincando com fogo. Cada parte considera que é possível continuar obtendo ganhos e poder, achando que com o intelecto e IA conseguirão resolver tudo. Ilusão. Há questões gravíssimas para a sobrevivência digna e decente da humanidade, mas como o que interessa é o ouro e o poder conquistado com guerras, ficam se agredindo e desorientando com a chamada "guerra das comunicações". Quem tem o que esconder não gosta da verdade. A palavra deve ser construtiva, simples, clara e natural, mostrando fatos sem ofensas.
Tudo está complicado; mais ainda quando envolve poder e riqueza. É a situação do ocidente com a rigidez do Estado-nação fora do lugar em que deveria estar, agora em confronto com o Estado Capitalista. Faltam metas nobres, falta convicção. Se as coisas não dão certo, logo surgem reações. Mas, na atual conjuntura, há muitas questões mal planejadas e interesses escusos que impedem que o bom funcionamento seja restabelecido.
Cada ser humano renasce em meio às condições de vida que forjou em vidas anteriores, portanto tem que vivenciar isso e buscar a superação, mas se deixar a insatisfação e o descontentamento dominarem, cairá no poço da inveja e lançará sujeira sobre o seu alvo, que poderá ser atingido ou não, dependendo do estado de sua alma. O invejoso terá de arcar com o retorno das consequências de sua atitude maligna.
Assim como a natureza dos alimentos atua no funcionamento do intestino, a qualidade dos pensamentos influi em tudo no corpo, afetando a disposição para enfrentar as ocorrências do dia. Mantenha puro o foco dos pensamentos. Não deixe soltos os pensamentos de ódio, inveja, medo, descontentamento. Pense no bem geral. Viva melhor.
Quando os europeus chegaram no Brasil estranharam a atitude dos nativos frente à natureza, pois estes defendiam as florestas e os animais, não tinham apreço pelo ouro, respeitavam as leis universais. Naquela época, os europeus estavam distantes disso; hoje esse mal atinge grande parte da humanidade. O homem depende da natureza, mas afastou-se dela, zombou e destruiu tudo por onde passou com sua cobiça. Enquanto a humanidade não buscar a compreensão das leis da natureza prosseguirá semeando desertos e o apocalipse.
O Brasil vai se arrastando. Faltaram estadistas para cuidar da nação de forma responsável para impulsionar o seu desenvolvimento. Fizeram o mercantilismo ao contrário, aquele que favorece as importações; também descuidaram da educação e do bom preparo das novas gerações. Criaram tantos gastos e custeio que 2,8 trilhões de reais de arrecadação não são suficientes, então endividam a nação perpetuando a pobreza, deixando as cidades crescerem sem ordenamento. Poucos enxergam em que estado ficou a real situação da nação e do planeta.
(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP
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