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Política é projeto e não jogada eleitoral

Por Reinaldo Azambuja (*) | 27/08/2013 09:14

O processo que antecipou o calendário eleitoral no País não está sendo um bom negócio para a sociedade. Nos últimos dias constatamos a existência de um surto especulativo em torno de candidaturas apressadas, de supostas estratégias eleitorais encaminhadas, de alianças partidárias imaginárias, como se isso fosse a essência da política, num grave descuido com os temas que afligem as pessoas no dia a dia. A população está pedindo uma coisa nas ruas – decência, melhores serviços públicos, mais saúde e educação – e a classe política está oferecendo em contrapartida “joguinhos” eleitorais. Isso certamente está mais do que equivocado.

Por mais que declaremos que eleição é um assunto para ser tratado com maior vigor a partir de meados do próximo ano, muitos preferem dar uma relevância à questão como se a eleição do próximo presidente da república, dos governadores, de senadores, de deputados federais e estaduais fosse acontecer nos próximos 30 dias. Com isso bagunçam-se orçamentos, lançam-se pacotes de obras meramente pirotécnicos e prejudicam a economia do País, adiantando gastos e desequilibrando as contas públicas. Os efeitos só serão sentidos depois, a partir de 2015, com crises e escândalos de corrupção, configurando-se assim um eterno estelionato eleitoral.

De minha parte, prefiro ser cauteloso em relação a este jogo, mesmo que haja forte e clara tentativa de acelerar o tempo por meio de divulgação de pesquisas de opinião. Não vejo seriedade em simulação quantitativa de candidaturas nesse momento.

Já vimos várias vezes esse filme. Caciques partidários lançam candidatos “fictícios” para depois suprimi-los de maneira humilhante, alegando que as “pesquisas” não o apontaram como o escolhido.

Estou ciente de que os novos tempos querem outra coisa. Estou mais preocupado em formular um projeto de futuro para o Estado do que ficar debatendo nomes. A fulanização da política carrega um mal em si: embaçam a nobreza da atividade, permitindo que seja relegado ao segundo plano o debate de propostas e projetos.

Por isso tenho defendido nas hostes de meu partido, o PSDB, e nos encontros que tenho mantido com lideranças da sociedade organizada, que o momento é o da discussão de projeto. Nossa proposta vem sendo concretizada por intermédio do “Pensando o Mato Grosso do Sul”. Estamos realizando encontros com os mais diversos segmentos sociais para ouvir demandas, apontar propostas, discutir soluções, num gesto sincero e pleno de querer se inserir e conhecer a realidade de Mato Grosso do Sul.

Esse é o nosso caminho. Queremos ouvir, discutir, compreender as diferenças regionais, conhecer os olhares diferenciados, a diversidade de pensamento e de cultura, os enfoques econômicos, empresariais – enfim, queremos saber quais são as reais expectativas da sociedade em relação ao futuro e como podemos construir um Estado que emane da vontade geral e não de alguns iluminados.

Por isso estamos percorrendo os municípios do Estado. Não é nossa prioridade construir candidaturas. Queremos ouvir a população e compreender seus anseios. Assim, pretendemos elaborar um projeto de gestão com bases sólidas, abandonando a política de improvisações e de “achismos” que tem caracterizado governos autoritários que acreditam que pacotes podem iludir homens e mulheres de bem. Estamos propondo uma inversão da pauta: a hora é de elaborar um grande projeto para mudar de fato o Mato Grosso do Sul. O jogo eleitoral deve ficar para o ano que vem.

(*) Reinaldo Azambuja, deputado federal do PSDB de Mato Grosso do Sul

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